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Senador diz que mudança do governo sobre preço de combustível é eleitoreira
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Relator de projetos que criam instrumentos para barrar a alta do preço dos combustíveis, o senador Jean Paul Prates (PT-RN) comentou à coluna que a súbita intenção do presidente Jair Bolsonaro de mudar a paridade internacional de preços da Petrobras tem objetivo de ganhar votos. "Ele negou essa necessidade até ontem e hoje chama à Brasília meia dúzia de especialistas que a gente nem conhece para dizer a eles o óbvio, que é preciso fazer uma conta de estabilização urgente, algo que defendemos desde 2019", diz Prates. "É um movimento eleitoreiro".
O senador explica que o Congresso há muito tempo alerta para o erro de manter a política de preços por paridade de importação, que ele classifica como nefasta. Por isso, defende os dois projetos que serão votados pelos parlamentares para segurar o valor dos combustíveis. "Ás vésperas de o Congresso votar um pacote de estabilização de preços o governo convoca especialistas para serem ouvidos? Porque não foram convocados há seis meses, há um ano?", questiona Prates.
"Discordamos que essas medidas sejam mais necessárias agora do que antes. A crise da Ucrânia apenas projetou isso mundialmente", diz ele. "Medidas tomadas em cima da hora, sem transparência, são típicas de governos incompetentes, que não sabem prever o futuro, não sabem planejar e administrar política de um setor estratégico como esse do petróleo".
Bolsonaro disse ontem que faria uma reunião com membros dos Ministérios da Economia, de Minas e Energia e representantes da Petrobras, para debater a questão
"Diante de uma crise como essa, que já tínhamos dito que iria se acirrar, o governo vai fazer um debate? O governo só chama especialistas a Brasília agora? Já fizemos isso, construímos uma proposta que tem o apoio inclusive de parlamentares que não são de oposição", explica Prates. "Porque gastar mais duas ou três semanas de impacto nos combustíveis e de preço sendo segurado há dois meses como fez Dilma lá atrás e foi criticada?".
Para o relator dos projetos de lei que mudam a política de preços dos combustíveis, somente depois de distribuir dividendos bilionários, o governo pensa em fazer a Petrobras aliviar um pouco para o consumidor. "Apesar de nossos alertas, o governo ficou o tempo todo pedindo para dar mais tempo. Agora vem o governo vem tardiamente reconhecer a importância da medida".
"Está na cara para quem quiser ver que a intenção é eleitoreira, ou seja, algo feito contra a convicção para ganhar do adversário ou para fazer uma política populista que agrade o eleitor", lamenta o senador. "Desde 2019 denunciamos essa situação e convocamos integrantes do governo para saber porque estamos pagando preços escorchantes na bomba. Tudo isso estava previsto, não precisava ser especialista de ponta para enxergar".
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