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Em seminário, Aras louva mulheres por escolherem a cor da unha e o sapato
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O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) realizou ontem seminário em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. O segundo a falar foi o procurador-geral da República, Augusto Aras. Na maior parte do tempo, Aras leu um texto que chamava atenção para a desigualdade de gênero no Brasil e pedia maior participação das mulheres tanto no próprio CNMP quanto em cargos políticos do Executivo e do Legislativo.
Na parte final de sua intervenção, porém, o PGR falou de improviso. Acabou causando constrangimento ao fazer um discurso retrógrado, referindo-se ao papel materno, justamente o estereótipo que o Dia Internacional da Mulher combate. Aras citou a "pessoa especial, no sentido afetuoso, amoroso: as mulheres que carregam em si o dom de multiplicar a nós todos". E foi em frente. "Este dia é um dia de homenagem à mãe, é um dia de homenagem às filhas", emendou.
O pior viria depois, quando louvou "a mulher no seu sentido mais profundo, da sua individualidade, da sua intimidade". Aras explicou o conceito em seguida: "A mulher que tem o prazer de escolher a cor da unha que vai pintar, a mulher que tem o prazer de escolher o sapato que vai calçar. Pouco importa que tipo de escolha ela faça".
Quem ouviu a participação do PGR no seminário ficou com a impressão de que a primeira parte de sua fala, que reivindicava maior participação feminina em posições de mando no mercado de trabalho, foi escrita por terceiros.
O verdadeiro Aras parece ser o que exprimiu pensamento machista, exaltando a "liberdade" de a mulher escolher a cor do esmalte e o modelo de sapato.
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