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Insistência de Moro em ser presidente gera primeira crise do União Brasil
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O ingresso do ex-juiz Sergio Moro no União Brasil motivou a primeira crise do novo partido. Convidado pelo presidente da legenda, Luciano Bivar, e pelo vice-presidente do União em São Paulo, deputado Junior Bozzella, Moro sofre resistência de diretórios de outros estados. Resistentes como o ex-prefeito de Salvador ACM Neto, e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, só concordaram com a chegada do ex-juiz se ele desistisse da candidatura a presidente da República. Com o pronunciamento de Moro na tarde de hoje e a entrevista de Bozzella à coluna, sinalizando que Moro ainda pretende ser candidato à Presidência, esse grupo pretende impugnar a filiação do ex-juiz.
"Preciso esclarecer a todos que eu não desisti de nada, muito menos do meu sonho de mudar o Brasil. Pelo contrário, sigo firme na construção de um projeto para o País", disse Moro no pronunciamento de hoje, dando a entender que ainda quer se candidatar a presidente. Na mesma sintonia, Bozzella disse à coluna que uma possível candidatura à Presidência dependeria da "construção dele".
As duas afirmações desagradaram principalmente a ala do União Brasil oriunda do DEM. ACM Neto diz que o pedido de desfiliação do ex-juiz será assinado por oito membros com direito a voto.
A crise começa pelo diretório do partido em São Paulo, já que, na contramão do que disse Junior Bozzella, o secretário-executivo da legenda, deputado Alexandre Leite (União-SP) soltou uma nota crítica ao magistrado que ficou famoso na Lava Jato. "O União Brasil São Paulo reafirma que a filiação do ex-juiz Sergio Moro se deu com a concordância de um projeto pelo estado de São Paulo, isto é, deputado estadual, deputado federal ou, eventualmente, Senado. Em caso de insistência em um projeto nacional, o partido vai impugnar a ficha de filiação de Moro", diz o texto.
O destino do ex-juiz agora é incerto. Certa mesmo é a crise que se instalou no União Brasil.
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