União Brasil não descarta candidatura de Moro a presidente ou senador

Na mensagem que publicou ontem nas redes sociais para anunciar que estava deixando o Podemos para ingressar no União Brasil, o ex-juiz Sergio Moro afirmou que "neste momento" estava abrindo mão da candidatura a presidente da República. O gesto foi uma exigência de uma parcela do União oriunda do DEM, especialmente o prefeito de Salvador, ACM Neto, e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado. Passado o primeiro momento, no entanto, nem Moro nem dirigentes de seu novo partido em São Paulo descartam que ele volte a concorrer ao Planalto ou ao Senado, agora que José Luiz Datena saiu da legenda.

"Ele veio conhecendo as condições, abriu mão da candidatura a presidente, mas sabe que a partir de agora tudo vai depender das movimentações que vai fazer", disse à coluna o deputado Junior Bozzella (União-SP), vice-presidente da legenda em São Paulo. Perguntado se Moro poderia retomar a candidatura a presidente no novo partido, Bozzella não eliminou essa possibilidade. "Tudo vai depender da construção dele", disse.

Bozzella diz que compreende a preocupação de ACM Neto e Caiado, por causa das questões regionais, mas acredita que eles também compreendem que Moro é um ativo importante. "È um trunfo que temos para fortalecer o projeto de partido", acredita.

Com a saída de Datena, que seria candidato ao Senado pelo União Brasil, para o PSC, o deputado acha, inclusive, que o ex-juiz da Lava Jato pode ser um bom nome para substituí-lo, a depender das articulações que fizer dentro da legenda. "São Paulo está aberto, pode ser uma candidatura de Moro a deputado, ao Senado ou algo mais", afirmou.

Se Moro não se candidatar ao Senado, Bozzella admitiu que ele próprio pode concorrer. "Mas teria que contar com o apoio de Moro na campanha", disse.

Assim que foi anunciada a saída de Moro do Podemos para entrar no União Brasil, circulou a informação de que ele iria concorrer à vaga de deputado federal por São Paulo. Mas o ex-juiz fez pronunciamento hoje em que garantiu que não será candidato a deputado. Além disso, afirmou que não desistiu "de nada", o que parece incluir a candidatura à Presidência da República.