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Chico Alves

REPORTAGEM

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Ofereci a Moro minha vaga de candidato ao Senado pelo PR, diz Alvaro Dias

Senador Alvaro Dias (Podemos-PR) - Marcos Oliveira/Agência Senado
Senador Alvaro Dias (Podemos-PR) Imagem: Marcos Oliveira/Agência Senado

Colunista do UOL

02/04/2022 14h29

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Responsável pelo convite para Sergio Moro entrar no Podemos para se candidatar a presidente, o senador Alvaro Dias não demonstra ressentimento com a forma como o ex-juiz saiu do partido para ingressar no União Brasil. "A mudança não foi surpresa porque vinha sendo cogitada desde o ano passado", comentou ele à coluna. "Esse lance final nos surpreendeu porque imaginávamos que não haveria mais a mudança, imaginávamos que era assunto encerrado". Dias afirma, no entanto, que mantém o respeito por Moro.

"Desejamos êxito a ele, embora eu tenha avisado que encontraria resistência no União Brasil da parte dos políticos oriundos do Democratas. Ele disse que tentaria superar essas resistências", explica o senador.

Dias contou que conversou francamente com Moro sobre as limitações da estrutura do partido e sobre a rejeição que sofreria por parte dos políticos que apostam na impunidade. "Mas sempre falei que estaríamos com ele até o fim. Espontaneamente, eu disse que se tudo desse errado eu ofereceria a ele minha vaga de candidato ao Senado pelo Paraná", relatou.

No processo de saída de Moro, ele faz questão de desmentir a versão de que a candidatura do ex-juiz não teve apoio da legenda. "Não vi nenhum partido oferecendo estrutura como a nossa na campanha, desde a comunicação até as viagens", assegura o senador. "O partido investiu, sim, na candidatura dele. Essa história de que o Podemos não estava pagando as contas não é verdade. Digo isso porque fui me informar e as contas todas foram pagas".

Para Alvaro Dias, os atropelos da mudança de partido feita por Moro podem ser creditados em parte ao modelo político brasileiro. "É natural na esteira desse modelo deplorável, com essa tragédia do fundão eleitoral, devastador, que substituiu bandeiras, ideias, causas. Mais de 100 deputados mudaram de partido na janela", lamenta o senador. "Isso é péssimo para a democracia e para o pais. Temos que pedir perdão à população porque não conseguimos aprovar um modelo político compatível com os anseios da sociedade".