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Chico Alves

REPORTAGEM

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Entidades divulgam vídeo que mostra Amazônia atacada pelo governo e aliados

Colunista do UOL

05/06/2022 11h25

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Para alertar a população sobre projetos de lei que colocam em risco a Floresta Amazônica e as populações indígenas, quinze entidades que tratam do tema divulgaram hoje, Dia Mundial do Meio Ambiente, vídeo que mostra a região sendo atacada e destruída. Em uma alusão às iniciativas predatórias do Executivo, a peça mostra mísseis fictícios que são disparados do Palácio do Planalto e do Congresso em direção à Amazônia. Cada um deles representa um projeto de lei: PL 191, que permite garimpo em terras indígenas; PL 6299, que facilita o uso de agrotóxicos e PL 490, o chamado marco temporal, que limita a demarcação de terras indígenas.

No vídeo — sob fundo musical da ópera O Guarani, de Carlos Gomes — os mísseis explodem na floresta e sobre as comunidades dos povos originários, causando grande destruição. A seguir, são exibidas imagens de alagamentos, enchentes e deslizamentos causadas por temporais que têm-se tornado mais frequentes por causa das mudanças climáticas. Por fim, uma imagem de satélite representa a região sangrando.

Coordenador executivo da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), uma das entidades que assina o clipe, Dinaman Tuxá explicou à coluna que a aliança dos movimentos sociais se formou contra o desmonte das políticas ambientais indigenistas por parte do governo de Jair Bolsonaro.

"O enfoque nosso é justamente alertar não só a população brasileira, mas do mundo sobre esses ataques e que todos têm responsabilidade quanto a isso", diz ele. "Nós, indígenas, somos os primeiros a sentir os impactos, mas a consequência disso vai ser sentida por todo mundo a curto, médio ou longo prazo. Por isso nos unimos para fazer um vídeo tão incisivo sobre essas ameaças que estão tramitando no Congresso Nacional, encabeçadas pelo Executivo".

Dinaman destaca que os projetos de lei poderão afetar a vida de toda a humanidade. "Por isso, deixamos a pergunta: de que lado vocês vão estar, da destruição ou da preservação?", questiona, repetindo a provocação que encerra o vídeo.