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Pastor que ofendeu nordestinos se retrata, mas é denunciado à polícia
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Depois de falar que petistas são inimigos de Deus e de ofender os nordestinos (que em sua maioria votaram em Luiz Inácio Lula da Silva), durante um culto na Primeira Igreja Batista de Piabetá, em Magé, Baixada Fluminense, na quinta-feira (3), o pastor Luiz Antonio Vieira pediu desculpas. Diante da grande repercussão negativa da fala, publicada pela coluna, ele leu uma "retratação" aos fiéis no domingo (6). Apesar disso, as ofensas motivaram queixa feita ontem à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância do Rio.
Na quinta-feira, Vieira disse que quem votou em Lula é seu inimigo, "inimigo de Deus, não tem comunhão de Deus, são traidores, são inimigos da igreja". Além disso, referiu-se ao povo do Nordeste, que votou majoritariamente no petista, como "preguiçoso" e dizendo "que gosta de viver das migalhas".
No domingo, em tom bem diferente, ele leu mensagem aos fiéis em que se penitencia pelo que disse quatro dias antes: "De maneira completamente humilde e na dependência de Deus, venho aqui, no mesmo lugar, fazer publicamente minha retratação e pedido de perdão aos que são petistas, eleitores de Lula e nordestinos".
Em seguida diz que a Primeira Igreja Batista de Piabetá não tem nada ver com sua fala "infeliz". Alega que foi acometido por desgaste físico, psicológico e emocional, o que causou um Transtorno Explosivo Intermitente, que teria motivado a fala.
Afirma que tem muitos amigos nordestinos que respeita, ama e pede perdão. "Ao contrário da minha fala, mal expressada, o Nordeste é uma região repleta de gente humilde, boa, honesta e trabalhadora. Pessoas preguiçosas estão presentes em todas as regiões do Brasil e do mundo", disse.
Em outro trecho, diz que quando fez referência a quem votou no PT foi "em defesa do que nós, os cristãos, não somos a favor". E detalhou: "Temos muita preocupação com a legalização do aborto, das drogas ilícitas e da ideologia de gênero, por exemplo. Eu não sou inimigo de petistas".
Apesar desse pedido de perdão, o advogado Rodrigo Mondego registrou ocorrência contra o pastor Vieira pelo crime previsto na Lei 7716/89 que trata de crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
"Achei a retratação péssima, porque ele reforça mentiras sobre a esquerda", explica Mondego. "Além disso, a retratação de crime de xenofobia não diminui o crime. O ataque dele foi contra uma coletividade, se fosse contra uma pessoa especificamente ele poderia convencer essa pessoa a desculpar e retirar a queixa".
Em caso de condenação, a pena é de 2 a 5 anos de reclusão e multa.
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