Médica tentava fugir quando entrou em quarto onde fogo começou, diz polícia
A Polícia Metropolitana de Bangkok informou nesta segunda-feira (30) que a médica alagoana Carolina Pimentel Canales de Albuquerque, 24, que morreu durante o incêndio em um hotel na capital da Tailândia, tentou fugir, mas entrou justamente no quarto onde o fogo começou.
As informações são do portal Khaosod, que relata ainda que a médica se perdeu do noivo logo após os dois deixarem o quarto do The Ember Hotel. Eles estavam hospedados no quinto andar do prédio, e no corredor havia uma densa fumaça.
No desespero, o casal se desencontrou no corredor. Carolina, então, teria tentado fuga por um quarto, mas acabou entrando no apartamento 511.
Segundo a análise preliminar, o fogo iniciou exatamente nesse quarto, onde estavam turistas sul coreanos. No local, investigadores acharam uma cama destruída pelo fogo, indicando ter sido o foco do fogo.
A médica estava de férias no país - no que seria o seu sonho de viagem, segundo pessoas próximas relataram - e tinha noivado seis dias antes com o estudante de medicina, Fernando Ressureição, 26, que conseguiu escapar do incêndio.
Segundo o portal tailandês, a forma da morte de Carolina tocou a todos da polícia pela triste coincidência de ter entrado no apartamento onde o incêndio teria começado.
O noivo da alagoana conseguiu escapar e pulou de uma janela do terceiro andar, ainda de acordo com informações da polícia ao portal tailandês.

Três pessoas morreram na tragédia. Além da brasileira, morreram um ucraniano e um estadunidense, e outras quatro pessoas ficaram feridas.
Hotel tinha licença e estrutura adequada
Nesta segunda-feira, o governador de Bangkok, Chadchart Sittipunt, fez uma visita ao hotel, que tem seis andares e recebeu licença de funcionamento em 2020, mas por conta da pandemia só começou a operar em 2022.
Segundo ele, os bombeiros chegaram ao local cinco minutos após serem acionados, às 21h21, horário local. O local tinha extintores e saídas adequadas, segundo o portal.
Entretanto, o incidente deve ocasionar uma mudança de parâmetros de segurança de prédios locais, informou o governador.
A nuvem de fumaça que tomou conta do prédio obrigou a 34 dos 75 ocupantes do hotel a fugirem para o terraço, onde foram resgatados por meio de caminhões guindaste. Os hóspedes do hotel foram remanejados para acomodações próximas.
A Embaixada do Brasil em Bangkok informou que presta assistência consular às vítimas e mantém contato direto com as autoridades locais. Em nota, diz que o traslado dos restos mortais de brasileiros falecidos no exterior "é decisão da família e não pode ser custeado com recursos públicos."

Quem era Carolina
A médica alagoana Carolina Pimentel Canales de Albuquerque, 24, que morreu em um incêndio neste domingo em um hotel em Bangkok, capital da Tailândia, estava realizando seu sonho de viagem nas férias e noivou seis dias antes do fatídico incidente.
Ela se formou em medicina em julho de 2023 na Universidade Tiradentes, em Maceió, e desde março estava fazendo residência em clínica médica no Instituto Idor de Pesquisa e Ensino, ligado à Rede D'or.
Carolina era conhecida por pessoas próximas por se destacar nos estudos, desde o ensino fundamental —não à toa foi aprovada em 2º lugar na seleção da instituição, no final de 2023.
A médica também atuava no HGE (Hospital Geral do Estado), que publicou uma nota falando que Carolina era conhecida por sua competência e dedicação.
Mais do que uma médica exemplar, Dra. Carolina era uma pessoa de humanidade ímpar e de coração generoso, que conquistava a todos. O legado de cuidado, empatia e amor pelo próximo ficará marcado.
HGE
O Governo de Alagoas também publicou nota sobre a morte da médica.
45 comentários
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Luc Pires
tristeza...uma fatalidade Pesames aos familiares...
Galindo Hernandez
"Uma fatalidade"... "Assunto encerrado"... Me poupe... Não foi fatalidade e nem o assunto está encerrado. Três pessoas perderam a vida. Tem de haver uma investigação, se apontar erros e responsabilidades. Até para que não aconteça novamente...
Guilherme Henrique Hencklain Fonseca
Não acredito que haja muita experiência de alguém que aqui está escrevendo estar em um incêndio de grandes proporções. Vamos imaginar a rapidez de tudo; era noite; a desorientação espacial ; os gritos; a escuridão ; a fumaça que arde nos olhos e sufoca. Pessoas pulam pela janela sem pensar ; lembrem do Joelma ou do WTC. Raciocinar nessas condições não é fácil - comissários de voo são treinados por anos para fazer isso certo; empresas tem brigadas de incêndio; bombeiros são preparados por cursos e anos de experiência. Não sabemos nada sobre o comportamento das pessoas daquela noite e julgamos da forma mais cruel possível … aqui em embaixo misturaram até política . O que nos falta mesmo é empatia e compaixão e talvez um pouco de reflexão antes de escrever algo que pode dolorosamente lido por alguém que está ligado a essa triste situação