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Convite ao G7 é prova do prestígio de Lula, após rejeição a Bolsonaro
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Não faltam indícios de que a política externa brasileira superou a fase em que o presidente do país era tratado em eventos de chefes de Estado como se fosse um penetra. Nos próximos quatro anos, não veremos mais imagens como aquela em que Jair Bolsonaro ficou isolado em uma reunião do G20, na Itália, em 2021, amargando a rejeição por parte dos líderes mundiais.
Pela primeira vez nos últimos 14 anos, o presidente do Brasil foi convidado para participar do G7. O convite a Lula foi feito pelo primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida — a reunião será realizada em maio, na cidade japonesa de Hiroshima.
No encontro, os líderes de Japão, França, EUA, Reino Unido, Alemanha, Itália e Canadá vão discutir guerra na Ucrânia, economia global, segurança alimentar e clima. Temas sobre os quais ninguém queria saber a opinião de Bolsonaro.
Agora, ao contrário, todos querem ouvir o que Lula tem a dizer, especialmente sobre segurança alimentar e clima.
Na justificativa do convite, a embaixada do Japão no Brasil informou que o primeiro-ministro Kishida disse estar "ansioso" para discutir com Lula os assuntos da comunidade internacional e que o brasileiro pode ter "papel ativo" na reunião dos países mais industrializados do mundo por ter "muita experiência".
Em meio à discussão de questões internas, como a segurança das escolas e a negociação do arcabouço fiscal, o convite para participar do G7 teve repercussão menor que a merecida.
Saído de uma temporada obscura, em que Bolsonaro e seu chanceler diziam orgulhosamente que pretendiam transformar o país em pária diplomático, o Brasil aprendeu que respeito internacional não é uma dádiva natural, mas algo a ser cultivado com muita habilidade e bom senso.
Bolsonaro e seus asseclas fizeram o possível para rebaixar a diplomacia nacional. Agora que começa a recuperar seu status, é bom que o país o valorize.
Lula pode, com justiça, incluir essa realização entre os pontos positivos de seus 100 dias de governo.
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