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Constança Rezende

"Com esse tipo de gente, tudo é possível", diz Joice sobre Eduardo e AI-5

Joice Hasselmann é entrevista no Roda Viva, da TV Cultura - Reprodução
Joice Hasselmann é entrevista no Roda Viva, da TV Cultura Imagem: Reprodução

Colunista do UOL

31/10/2019 15h34

A deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) mostrou preocupação com a fala do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) de que, se a esquerda brasileira "radicalizar", uma resposta pode ser "via um novo AI-5". O Ato Institucional nº 5, decreto editado em 13 de dezembro de 1968, marcou o período mais duro da ditadura militar no Brasil (1964-1985).

Ao UOL, ela afirmou que: "com esse tipo de gente, tudo é possível", referindo-se à família Bolsonaro. Entretanto, disse não acreditar que as Forças Armadas deixem algo "tão grave" acontecer.

"Não é a primeira vez que ele (Eduardo) mostra a sua preferência pelo autoritarismo. Teve a declaração famosa de que, com um cabo e um soldado, daria para fechar o STF (Supremo Tribunal Federal)", afirmou.

Joice também contou que os parlamentares do PSL estão atônitos com a declaração do filho do presidente. "Os deputados normais. Os capachos vão amar", ponderou.

Além disso, afirmou que "agora fica claro que isso é tudo que essa gente sempre quis".

"Basta seguir as pistas escancaradas. A democracia vive um grave risco. Começou com a radicalização do discurso, com o ataque desenfreado a qualquer um que guarde os princípios democráticos e defenda as liberdades, seguiu para interferência em outros poderes e com a construção da narrativa de que é preciso fazer qualquer coisa para o inimigo não tomar o poder, até mesmo um golpe. Leia-se por inimigo qualquer um seja de esquerda, direita ou centro que não compactue com o autoritarismo, só não vê quem não quer", afirmou.

A afirmação de Eduardo foi feita em entrevista à jornalista Leda Nagle realizada na segunda (28) e publicada nesta quinta (31) no canal dela no YouTube. "Se a esquerda radicalizar a esse ponto, a gente vai precisar ter uma resposta. E uma resposta pode ser via um novo AI-5, pode ser via uma legislação aprovada através de um plebiscito como ocorreu na Itália. Alguma resposta vai ter que ser dada", afirmou o parlamentar.