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Felipe Moura Brasil

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Depois de Centrão, bolsonaristas vão ter de engolir a TV Globo

Colunista do UOL

05/07/2022 08h13

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Na Live UOL desta segunda-feira (04), falei sobre o governo de Jair Bolsonaro (PL) ter dobrado os gastos com publicidade na TV Globo, como mostra reportagem do UOL, apesar dos ataques recorrentes à emissora, considerada por ele sua "inimiga".

De janeiro a junho deste ano, houve um aumento de 75% nos valores líquidos pagos por materiais publicitários, em comparação com o mesmo período de 2021, em um total de R$ 11,4 milhões.

Os dados são da Secom, órgão responsável pelas contratações na área de publicidade e propaganda do governo. Na TV, o Palácio do Planalto deu prioridade às campanhas institucionais, que mostram os feitos da gestão e ajudam a inflar a popularidade do presidente.

Bolsonaro faz ataques à Globo desde a campanha eleitoral de 2018, mas, em ano eleitoral, precisa atingir a vasta audiência da TV com inserções de propaganda de seu governo.

A demonização de jornalistas e de determinadas emissoras, turbinada pela claque bolsonarista, tem o objetivo de afastar o potencial eleitorado de qualquer veículo que traga informações e críticas que sejam incômodas ao grupo político. Dentro de sua bolha, onde só as fontes do bolsonarismo são confiáveis, massas de manobra, inclusive na elite brasileira, acreditam que consomem a verdade e perdem a noção do que acontece de fato, no mundo real.

Se o governo precisou pagar à Globo - o que não quer dizer que a emissora vá abrir mão de seu jornalismo, como fazem rádios governistas -, é sinal de que, em mais de três anos, não conseguiu afastar dela um número suficiente de eleitores.

O desespero de Bolsonaro, nota-se, não se restringe à PEC do desespero.

Na edição da Live UOL, falamos também sobre os pré-candidatos à Presidência Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB), que se encontraram, em Salvador, nas comemorações do Dia da Independência na Bahia; e sobre o ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB), que voltou à cena política e discursou publicamente pela primeira vez, desde 2017, quando foi preso com R$ 51 milhões, em casa, na maior apreensão de dinheiro vivo do País.

Com Madeleine Lacsko, debato os principais assuntos do país diariamente, das 17h às 18h, com transmissão ao vivo nos perfis do UOL no YouTube, no Facebook e no Twitter.