Em reunião, EUA e asiáticos discutem contenção de China e Coreia do Norte
Líderes dos Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul realizaram um encontro em Camp David, dias atrás, a fim de estabelecer um marco significativo nas relações entre eles, mas com repercussões regionais e globais.
A reunião, que envolveu o presidente norte-americano Joe Biden, o primeiro-ministro japonês Fumio Kishida e o presidente da Coreia do Sul Yoon Suk Yeol, representou uma demonstração clara da parceria desses países para fortalecer a cooperação em várias frentes, incluindo segurança, economia e diplomacia.
Durante as discussões, os líderes abordaram questões como o desafio representado pela Coreia do Norte e pela China, segundo a visão deles, em relação à estabilidade no leste da Ásia e no sistema internacional como um todo. Além disso, as lideranças presentes enfatizaram a importância de reforçar os laços comerciais entre seus países, destacando a interdependência econômica na região. Ficou claro, portanto, o caráter estratégico dessa aproximação. Segundo diversos analistas ouvidos pelo prestigiado Atlantic Council, nos Estados Unidos, o encontro foi considerado "histórico". É possível ver o debate promovido sobre o tema aqui, na íntegra.
De acordo com a declaração final do encontro, entre os compromissos assumidos pelos países estão medidas para garantir a segurança nos mares e no campo econômico, ações para combater atividades evasivas às sanções já impostas, e formas de conter ameaças cibernéticas sobretudo vindas da Coreia do Norte. Falou-se, além disso, em colaboração na defesa contra mísseis norte-coreanos e realização de exercícios militares subaquáticos trilaterais.
Também aparecem iniciativas para assegurar os direitos humanos e a igualdade de gênero na região, além de menções à necessidade de intensificar iniciativas de fortalecimento de capacidades nas ilhas do Pacífico e no Sudeste Asiático (principalmente envolvendo membros da ASEAN), além de facilitar encontros entre líderes e membros governamentais.
Houve, por fim, discussões sobre a criação de estruturas e mecanismos de consulta nas áreas de finanças, proteção preventiva das cadeias de abastecimento (com foco em semicondutores e baterias), biotecnologia, energia, minerais, farmacêuticos, pesquisa científica, inteligência artificial, entre outros.
O tema de "capacity-building" igualmente veio à tona no que tange à região do Indo-Pacífico: acordou-se que o Japão deve contribuir com questões de infraestrutura, a Coreia do Sul com tecnologia, e os Estados Unidos com recursos econômicos e de segurança. A reunião abriu espaço, ainda, para o aprofundamento de negociações no âmbito do Indo-Pacific Economic Framework for Prosperity (IPEF) e da Asia-Pacific Economic Cooperation (APEC).
Seria esse um passo decisivo na velha tentativa norte-americana de promover um "pivot para a Ásia" ou apenas mais um capítulo de uma estratégia de política externa repleta de limitações?
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