Fernanda Magnotta

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Opinião

Por que Trump ainda é um forte concorrente para 2024 nos EUA

A corrida presidencial de 2024 nos EUA está em um nível de competitividade digno de nota, com cada movimento das campanhas sendo decisivo. Donald Trump, que anteriormente parecia um favorito absoluto, vê sua campanha perdendo força em meio à crescente assertividade de Kamala Harris. A vice-presidente tem ganhado destaque em áreas cruciais para a base democrata, como direitos reprodutivos e justiça social, conseguindo reenergizar setores desmotivados. Apesar disso, Trump mantém vantagens importantes, garantindo que a disputa ainda esteja em aberto.

Um dos fatores que ainda favorece Trump é a insatisfação generalizada com o governo Biden-Harris. A dupla, apesar de esforços significativos em várias áreas, tem lidado com uma percepção de ineficácia. Kamala Harris, em particular, luta com baixa aprovação: apenas 42% dos eleitores a veem de forma positiva, e apenas 43% a consideram confiável. Sua falta de popularidade é ainda mais preocupante entre os independentes, grupo crucial em estados decisivos.

Além disso, Trump conseguiu manter a relevância porque sua campanha aborda diretamente os dois maiores temas de preocupação dos eleitores: a economia e a imigração. Segundo uma pesquisa recente do Pew Research Center, esses dois pontos são constantemente classificados como as principais preocupações entre a população americana. A economia, especialmente com a inflação persistente e a recuperação lenta após a pandemia, continua a ser um dos maiores trunfos de Trump, que insiste em seu histórico de crescimento econômico durante sua presidência. A imigração, por outro lado, continua sendo um ponto forte, especialmente entre os eleitores mais conservadores, que veem as políticas de fronteira de Biden como frágeis.

Por fim, outro fator que dá vantagem a Trump é o comparecimento, em geral, mais elevado dos eleitores republicanos. Historicamente, os eleitores do partido são mais propensos a comparecer às urnas do que os democratas. Em 2020, por exemplo, 67% dos eleitores republicanos registrados votaram, em comparação com 62% dos democratas. Esse "turnover" mais alto, combinado com a lealdade de sua base, pode fazer a diferença em uma eleição acirrada. Além disso, Trump continua a ser uma figura central para muitos republicanos, o que significa que ele pode contar com uma base fiel que o segue independentemente das controvérsias.

Sabemos que a decisão final em 2024 provavelmente será tomada nos swing states, em que cada candidato está intensificando suas campanhas de maneira estratégica. Na Pensilvânia, Harris concentra esforços em áreas urbanas como Filadélfia, buscando mobilizar democratas, enquanto Trump mira eleitores rurais e industriais insatisfeitos com a economia. Em Wisconsin, Harris aposta em direitos civis e educação para atrair eleitores urbanos, enquanto Trump foca em empregos e segurança nas fronteiras, temas importantes para a população rural. No Michigan, Harris trabalha para garantir apoio industrial, enquanto Trump mantém forte apelo entre trabalhadores rurais. No Arizona, Harris investe nos eleitores latinos, enquanto Trump reforça sua mensagem de controle da imigração.

Tudo indica que a eleição de novembro será mesmo decidida na vírgula. A ver.

Opinião

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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