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Jamil Chade

Europa se transformou em novo epicentro da pandemia de coronavírus, diz OMS

Colunista do UOL

13/03/2020 13h02

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Num esforço para conter a pandemia, a OMS anuncia a criação de um fundo para ajudar governos pelo mundo. A estimativa da entidade é de que serão necessários mais de US$ 7,5 bilhões até o final do ano para lidar com o surto. Para a agência internacional, é "impossível" saber quando a pandemia vai atingir seu pico.

O fundo espera atrair recursos de doadores privados e de governos, principalmente para ajudar sistemas de saúde debilitados, a compra de equipamentos, treinamentos e até o desenvolvimento de vacinas e tratamentos.

No início do ano, a OMS havia feito um apelo de emergência por cerca de US$ 700 milhões. Mas o valor cobriria apenas o período até abril deste ano.

Com 123 países afetados, milhões de pessoas em quarentena, 5 mil mortos e mais de 132 mil casos, a OMS estima que o momento é de mobilização.

Novo Epicentro

Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da entidade, apontou nesta sexta-feira que a Europa superou a China como o novo epicentro da doença no mundo. Sozinha, a região já registra mais casos que o resto do mundo, juntos - com exceção do caso acumulado na China.

Segundo ele, a Europa hoje registra mais casos por dia que a China no auge de sua epidemia.

Na avaliação da OMS, governos não devem adotar apenas uma parte de uma estratégia e que contenção ainda precisa ser adotada. Isso inclui identificar cada um dos casos e isolar os pacientes. Caso contrário, o erro pode ser "fatal".

Para Tedros, pode ser importante cancelar eventos e torneios. Mas a entidade alerta que uma restrição ampla de viagem pode não ser eficiente.

"Cada país é soberano e deve decidir o que fazer. Mas uma medida ampla de restringir viagens não vai funcionar", alertou Michael Ryan, que lidera a operação de emergência da OMS. Ele conta que alguns países que aplicaram tais medidas no começo do surto acharam que estavam protegidos e não se prepararam. O vírus, ainda assim, chegou e contaminou sua população.

Ryan diz que medidas de distanciamento social podem desacelerar a proliferação da doença. "Mas isso não vai parar a pandemia. Não é uma panaceia. Se governos querem inverter a tendência, precisar identificar casos e isolar", defendeu.

A OMS ainda pede que pessoas conheçam os sintomas da doença e que busquem testes. Isso, segundo a entidade, poderia ajudar a proteger as populações.