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OMS diz que ciência precisa de "tempo" para entender efeito da cloroquina

Cemitério Nossa Senhora Aparecida, em Manaus - Foto:Michael Dantas/AFP
Cemitério Nossa Senhora Aparecida, em Manaus Imagem: Foto:Michael Dantas/AFP

Colunista do UOL

15/05/2020 10h01

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que continua fazendo testes com a cloroquina e que "precisa de tempo" para entender os reais efeitos do remédio.

Na manhã desta sexta-feira, a porta-voz da entidade, Margaret Harris, comentou a situação do remédio. Segundo ela, a cloroquina de fato é um dos produtos que está sendo testado pela OMS em uma ampla pesquisa mundial, conhecida como Solidarity Trial.

Mas ela evita concluir qual será o resultado. "Precisamos tempo para ter os números e saber o real efeito", indicou.

Na OMS, o produto é foi colocado na lista de itens que potencialmente poderiam representar um avanço. Mas, por enquanto, não há como sugerir cientificamente que ele seja administrado pelos sistemas de saúde.

"Se testamos apenas em algumas pessoas, pode ter efeito. Mas pode ser coincidência", indicou Harris.

Para ela, apenas exames mais amplos, com protocolos unificados de testes podem dar resultados conclusivos. Caso contrário, "não vai ter uma ideia clara". "Isso é ainda onde estamos. Ainda fazendo ciência", explicou.

Nesta semana, o novo ministro da Saúde, Nelson Teich, pediu cautela sobre o uso do remédio e alertou que a cloroquina é um medicamento com efeitos colaterais.

O presidente Jair Bolsonaro, porém, falou para apoiadores que iria conversar com o ministério sobre a ampliação do uso do medicamento.

Na quinta-feira, em reunião com empresários organizada pelo presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, Bolsonaro saiu em defesa do remédio.

"Votaram em mim para eu decidir e essa questão da cloroquina passa por mim. Está tudo bem com o ministro da Saúde, sem problema nenhum, acredito no trabalho dele. Mas essa questão da cloroquina vamos resolver. Não pode o protocolo dizendo que só pode usar em caso grave... Não pode mudar o protocolo agora? Pode mudar e vai mudar", declarou.