OMS critica politização e diz que "pior está por vir"
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Às vésperas dos seis meses da covid-19, a OMS alerta que o mundo está ainda distante de ver o final da pandemia e que a atual crise política, falta de unidade nacional e divisão global estão aprofundando o caos.
"A dura realidade é que não está nem perto de acabar", afirmou Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. Segundo ele, se o mundo continuar dividido e não houver união nacional, "o pior está ainda por vir".
"Lamentamos dizer isso. Mas tememos o pior com esse tipo de condições", disse.
"Globalmente, a pandemia se acelera. Todos estamos nessa juntos. E por um longo tempo", disse. "Vamos precisar de mais paciência, resiliência e humildade", disse.
Para Tedros, esse é o momento de "liderança moral e política". "Perdemos muito. Mas não podemos perder esperança", disse.
No dia 31 de dezembro de 2019, a agência receberia o primeiro alerta oficial de um surto na China. Um mês depois, a emergência global seria declarada, quando existiam apenas doze casos fora da China.
Hoje, são 10 milhões de infectados e mais de 500 mil mortes. Mas, acima de tudo, a OMS se diz preocupada com a alta no número de casos em países que, depois de obter um certo controle da doença, voltaram a registrar importantes aumentos de novas infecções.
No Brasil, são 1,3 milhão de casos e 57 mil mortes. Nos últimos 30 dias, o país foi o local que mais registrou novos casos no mundo. Em média, nos últimos dias, 20% de novos infectados no mundo estão no Brasil.
"Há seis meses, ninguém poderia imaginar como nosso mundo e vidas seriam jogadas nessa turbulência", afirmou.
Politizada
Sem citar nomes, Tedros criticou governos e lideranças que têm "politizado" a pandemia e insistiu que o vírus pode ser barrado, mesmo sem a vacina. Para isso, porém, governos precisam investir em testes, isolamento e rastreamento de casos.
"Há como parar o vírus", disse. "O governo precisa assumir sua responsabilidade e a comunidade precisa fazer seu papel", afirmou.
Na avaliação de Tedros, a Coreia do Sul é um exemplo de um país que conseguiu, sem a vacina, romper a cadeia de contaminação.
Missão para a China
A OMS ainda anunciou que, seis meses depois, uma equipe da entidade foi aceita pela China para desembarcar no país para ajudar no trabalho de tentar entender de que maneira o vírus se desenvolveu e passou a ser uma ameaça.
A investigação é parte de um processo mais amplo de revisão a resposta dos últimos meses e identificar os motivos da pandemia. Para isso, porém, a OMS precisava de um sinal verde por parte da China.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.