Merkel: pandemia mostrou os limites de "populistas que negam fatos"
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Presidente temporária da UE e chanceler da Alemanha, Angela Merkel mandou um duro recado a líderes pelo mundo que, nos últimos meses, se recusaram a aceitar a gravidade da pandemia. Para ela, a covid-19 mostrou os "limites" do populismo e do nacionalismo.
Em um discurso na qual não citou nomes, a alemã deixou claro que era o momento de a UE chegar a um acordo sobre como relançar sua economia. Falando ao Parlamento Europeu.
"Estamos vendo no momento que a pandemia não pode ser combatida com mentiras e desinformação, e nem pode ser com ódio e agitação", disse a chanceler que, para muitos, saiu fortalecida diante da resposta que deu à crise.
"O populismo que nega os fatos está mostrando seus limites", afirmou a alemã, arrancando aplausos. Ela não citou nomes. Mas seu discurso, no meio diplomático, foi interpretado como um recado a Donald Trump e Jair Bolsonaro.
Na comunidade internacional, os dois presidentes passaram a ser considerados como os principais expoentes de um comportamento negacionista em relação à gravidade do vírus. Os dois países são, hoje, os que acumulam os maiores números de mortes e de casos.
Em ambos os casos, a manipulação de dados e o questionamento da ciência fizeram parte da resposta à pandemia.
Diante da notícia do resultado positivo de Bolsonaro à covid-19, vários foram os jornais estrangeiros que destacaram o caráter "negacionista" do presidente brasileiro.
"Em uma democracia, são necessários fatos e transparência. Isso distingue a Europa, e a Alemanha a defenderá durante sua presidência", prometeu Merkel, cientista de formação.
Dentro da Europa, a pandemia colocou países do norte e os do sul uma vez mais em um embate. Merkel, porém, insiste que a crise será usada politicamente para tentar enfraquecer o bloco.
"Não devemos ser ingênuos: em muitos estados-membros, os opositores da Europa estão apenas esperando para usar a crise para seus fins", afirmou. "Devemos mostrar a todos eles onde está o valor agregado da cooperação na União Europeia". Devemos mostrar que um retorno ao nacionalismo não significa mais, mas menos controle".
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