Brasil apoia reunião de emergência sobre Belarus na ONU
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Nesta segunda-feira, o governo brasileiro apoiou um projeto para que a situação em Belarus seja encaminhada para o Conselho de Direitos Humanos da ONU. O centro da preocupação é a repressão por parte do governo contra a sociedade civil e contra líderes da oposição. Depois de uma votação, o órgão decidiu manter o encontro na próxima sexta-feira.
Enquanto 100 mil pessoas realizam neste domingo mais um protesto em Minsk contra o governo de Alexander Lukashenko e em protesto aos resultados das eleições presidenciais, as negociações diplomáticas ganhavam força nos bastidores da ONU para colocar pressão máxima sobre o que é considerado como a última ditadura da Europa.
Numa carta obtida pela coluna enviada pelo governo da Alemanha ao Conselho de Direitos Humanos, Berlim solicita que a situação de Minsk seja alvo de uma sessão especial e urgente. O projeto conta com o apoio de toda a Europa e, segundo embaixadores do Velho Continente, Berlim foi pedir na América Latina apoio para que a sessão possa ocorrer. Um dos países que já deu apoio é o Brasil.
Mas colocar o tema na agenda do Conselho foi alvo de resistência. A votação terminou com 20 votos a favor da reunião de emergência, 2 contra e 20 abstenções.
Países aliados aos russos, inclusive na América Latina, estão sendo escalados para denunciar uma "ingerência em assuntos domésticos".
O governo da Venezuela, por exemplo, foi o primeiro a apoiar Minsk, insistindo que 81% da população escolheu o atual presidente. "Isso é uma ingerência externa. Não deve haver uma intervenção externa. E é deplorável que países do mundo não tenham reconhecidos a eleição", declarou a delegação de Caracas.
Para o governo alemão, esse não é o caso. "A atual deterioração da situação de direitos humanos em Belarus em relação às eleições presidenciais de 2020 exige uma atenção urgente do Conselho de Direitos Humanos da ONU", diz a carta à secretaria das Nações Unidas. O governo da Holanda denunciou uma ampla fraude eleitoral, um tom similar usado pela Dinamarca, Austrália, Espanha, República Tcheca e outros.
O governo de Minsk tomou a palavra para declarar que é "inaceitável" que haja uma sessão especial. "Trata-se de uma manipulação do Conselho da ONU em uma situação que não exige seu envolvimento. O presidente foi vitorioso", declarou.
Para a delegação, os protestos estão sendo "organizados do exterior" e o governo está trabalhando para superar a crise e "criar diálogo e harmonia".
"O que está ocorrendo aqui não tem relação com direitos humanos. Mas é sim uma pressão política e cria um precedente perigoso de ingerência em eleições locais", alertou.
No dia 20 de agosto, o Itamaraty emitiu uma nota em que declara que "o governo brasileiro acompanha, com preocupação, os desdobramentos das eleições presidenciais de 9 de agosto em Belarus, em particular os relatos de violência contra demonstrações pacíficas".
"O Brasil conclama as forças políticas do país ao diálogo amplo e à solução pacífica das diferenças, com pleno respeito aos direitos fundamentais e ao princípio da soberania popular", completou.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.