Futuro embaixador do Brasil na ONU defendeu religião em políticas públicas
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O Brasil poderá ter um embaixador na ONU que defende a fé na formulação de políticas públicas. O indicado para ocupar o cargo é o atual secretário de Assuntos de Soberania Nacional e Cidadania, embaixador Fabio Mendes Marzano. Próximo ao chanceler Ernesto Araújo, ele irá substituir Maria Nazareth Farani Azevedo, que deve ir para os EUA.
O nome de Marzano ainda precisa ser sabatinado no Senado. Mas sua escolha foi interpretada dentro do Itamaraty como uma indicação clara de que o governo não pretende mudar sua postura em temas como gênero, família e religião nos debates internacionais. Na guinada ultraconservadora do Brasil, tais temas ganharam relevância na agenda de direitos humanos do país. Termos como igualdade de gênero, educação sexual e direitos reprodutivos passaram a ser vetados.
Na ONU, ele se ocupará da pasta de direitos humanos, um dos temas mais delicados hoje da agenda internacional do Brasil e alvo de polêmicas mesmo com importantes parceiros do país. Ele também irá liderar a representação do Brasil na OMS.
Nesta semana, por exemplo, o governo irá assinar uma declaração conjunta com os EUA para defender uma agenda anti-aborto nos organismos internacionais.
Caberá ainda a ele defender projetos da ministra Damares Alves de defesa do cristianismo, uma pauta apresentada como sendo a de "defesa da liberdade de religião".
No final do ano passado, Marzano foi o escolhido por Araújo para o representar em um evento organizado pelo governo ultraconservador de Viktor Orban, em Budapente, para falar justamente sobre a proteção aos cristãos.
Em seu discurso, Marzano explicitou o pensamento do governo. Ao apresentar o Brasil aos demais participantes do evento, ele indicou que uma das principais mudanças geradas pela nova administração do país foi colocar a religião no processo de formulação de políticas públicas.
"Isso foi feito em reconhecimento ao papel central que a religião tem na vida de milhões de brasileiros. Na forma em que vivem, como se definem e como buscam significado para sua existência", explicou.
Ele também defendeu a necessidade de governos de falarem abertamente sobre a fé. Segundo o embaixador, se a a maioria da população é religiosa, não se deve considerar como agressivo tratar de religião, nem em fóruns nacionais ou internacionais.
Para ele, a liberdade religiosa não é somente o direito de praticar uma religião. "Mas o direito de se manifestar, debater e defender a fé. E mesmo de tentar converter aqueles que não têm uma religião. Claro, não pela força. Mas lhes mostrando a verdade, a verdade real", defendeu.
Em seu discurso, aplaudido pelos convidados em diferentes momentos, ele chegou apontar a liberdade de religião como "talvez o direito humano mais fundamental".
A avaliação do governo é de que "esforços urgentes e concretos" precisam ser tomados e que o aumento dos ataques contra cristãos "deve nos deixar preocupados". Mas o embaixador também fez um alerta. "Essa perseguição que está ocorrendo não é um acidente. Ela está ocorrendo de uma forma sistemática e organizada, e muito bem planejada", afirmou. "Mas hoje, está sendo ameaçados na base, nos principais valores, por inimigos muito bem organizados", completou.
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