Tribunal da Suíça condena Valcke, mas ex-cartola escapa de pena de prisão
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A Justiça da Suíça condenou o ex-secretário-geral da Fifa e ex-organizador da Copa do Mundo no Brasil num caso envolvendo a venda de direitos de TV. Já Nasser Al-Khelaifi, presidente do PSG, foi inocentado.
A pena contra Valcke é de apenas 120 dias de prisão. Mas o francês não será detido. O tribunal determinou que a pena apenas deveria ser imposta se ele cometer um novo crime. Ainda assim, essa é a primeira condenação na Suíça de cartolas do futebol, cinco anos depois da eclosão dos escândalos da Fifa.
No caso de Valcke, a sentença não envolve seu papel no Mundial de 2014, no Brasil. O centro da questão é a atribuição dos direitos televisivos de vários campeonatos do mundo e torneios da Fifa entre 2018 e 2030. Al-Khelaifi teria tentado influenciar a concessão dos direitos televisivos do Mundial, ao ceder a gratuitamente a Valcke uma mansão de luxo na Sardenha — cujo preço seria de 1,8 milhão de euros. O crime teria ocorrido entre 2013 e 2015.
Os envolvidos poderiam pegar até cinco anos de prisão. Mas o Ministério Público da Suíça havia pedido 28 meses de prisão contra Al-Khelaïfi e três anos contra Valcke, além de 30 meses contra um terceiro envolvido no escândalo. A corte, porém, não atendeu ao pedido do MP.
"Após quatro anos de alegações sem fundamento, acusações fictícias e ataques constantes à minha reputação, o sistema judicial me inocentou completamente", diz Nasser Al-Khelaïfi. Para ele, o veredicto é uma "verdadeira vitória".
Chute no traseiro
Valcke, no Brasil, ficou conhecido por sugerir que os brasileiros levassem um "chute no traseiro" diante dos atrasos na organização do Mundial de 2014.
Poucos antes depois, ele acabou suspenso pela Fifa depois que foi revelado que o francês fechou acordos para ficar com parte dos lucros da revenda de ingressos para a Copa do Mundo num esquema com ágio de mais de 200% nos valores das entradas e que teria envolvido mais de 2 milhões de euros (R$ 8,6 milhões) apenas para o bolso do dirigente.
Na Fifa, ele levou a entidade a ser condenada por uma multinacional e que custou a ela US$ 90 milhões em 2006. Naquele momento, a Fifa também anunciou seu afastamento. Mas ele voltaria em 2007 como número 2 da entidade.
As alegações apontavam para a organização de um verdadeiro mercado negro de ingressos operando dentro da própria Fifa. A denúncia foi apresentada por Benny Alon, empresário israelense e americano que desde 1990 trabalha com a venda de entradas para os Mundiais. Sua empresa, a JB Marketing, ainda apontou para o "desaparecimento" de 8,3 mil entradas para a competição e que teriam de ser vendidas por eles no torneio.
Ainda que o dinheiro nunca tenha sido entregue à Valcke, o caso gerou o início da sua queda no mundo do futebol.
Para a Copa no Brasil, ele, Joseph Blatter e outro alto funcionário da Fifa haviam assinado contratos para receber bônus de R$ 100 milhões. Só Valcke recebeu mais de US$ 10 milhões por ter organizado o evento
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