G-20: Bolsonaro não participa de evento sobre clima e Trump ataca acordos
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O presidente Jair Bolsonaro não participa do evento paralelo do G-20 sobre mudanças climáticas. Neste domingo, os organizadores da cúpula realizaram um encontro virtual para debater emissões e temas relacionados com o meio ambiente.
No sábado, o brasileiro tampouco tinha participado de um evento promovido pelo G-20 para debater a questão de uma resposta global à pandemia.
Ao término do evento que foi transmitido, o G20 recomeçou suas reuniões fechadas e, pelas redes sociais, Bolsonaro indicou que estava participando.
O tema ambiental tem sido um motivo de tensão entre o Brasil e diversos países pelo mundo, que acusam Brasília de não dar garantias do que será feito para que o país cumpra suas obrigações.
Neste domingo, a reunião sobre o clima foi aberta pelo rei saudita, Salman bin Abdulaziz Al-Saud, que defendeu a implementação de uma "economia circular". "Precisamos criar condições de economias mais sustentáveis", disse. "Proteger o planeta é fundamental", disse o monarca, pedindo "metas ambientais ambiciosas".
Um dos destaques do encontro foi o duro ataque promovido por Donald Trump contra o Acordo de Paris. Segundo o presidente derrotado, ele retirou os EUA do pacto do clima para "proteger os trabalhadores americanos". Para ele, o Acordo de Paris é "injusto" e não foi criado para salvar o mundo. "Mas para destruir os EUA". Segundo ele, fora do acordo, o governo americano promoveu uma redução de emissões de CO2.
Xi Jinping, presidente da China, adotou um tom radicalmente diferente, pedindo proteção ao planeta e prometendo reduzir emissões com metas claras até 2060. Pequim falou no conceito de uma "segurança ecológica global" e insistiu sobre o compromisso de atingir as metas do Acordo de Paris.
Xi insiste que o mundo precisa trabalha por uma transição para energias limpas e prometeu investimentos em indústrias verdes. O chinês, porém, insiste que tal estratégia precisa ser adotado de forma coordenada pelo mundo.
"O G20 deve continuar a assumir a liderança no combate às alterações climáticas", disse. "A China apoia o aprofundamento da coordenação do G20 na redução da degradação da terra, na conservação dos recifes, e na limpeza do plástico do oceano. Vamos trabalhar juntos por um mundo limpo e belo", completou.
Narendra Modi, o primeiro-ministro indiano, afirmou que está comprometido com Acordo de Paris e que metas estão sendo superadas. Segundo ele, a cobertura florestal do país aumenta e população de tigres e leões sofre um incremento.
Scott Morrison, primeiro-ministro australiano, foi outro que insistiu sobre a questão ambiental, principalmente da situação marítima. Ele usou a reunião para mostrar o compromisso com a redução de emissões e o Acordo de Paris.
"Precisamos proteger nosso planeta. Esta é uma responsabilidade coletiva contínua e a longo prazo e é bom que o G20 esteja em forte acordo sobre a importância de preservar os nossos oceanos e esta é uma questão muito importante para a Austrália", disse.
O presidente do G-20 em 2021 e primeiro-ministro de Itália, Giuseppe Conte, defendeu que o tema ambiental faça parte de uma agenda ainda mais ambiciosa do grupo.
"A ameaça existencial colocada pelas alterações climáticas, a degradação da terra e o declínio da biodiversidade global já nos levou a uma encruzilhada, que irá determinar se somos capazes de salvaguardar o nosso Planeta e construir um futuro sustentável", disse. "Estou convencido de que o G20 pode conduzir o mundo na direção certa", destacou.
Segundo ele, não há como "escapar da necessidade urgente de reduzir emissões". "O G-20 precisa mostrar liderança", pediu. Segundo ele, como presidente do grupo em 2021, a Itália irá ampliar o debate sobre a economia circular e pediu que a pandemia não seja usada como desculpa para não agir.
Já o Primeiro-Ministro do Japão, Yoshihide Suga, alertou que "as questões ambientais globais são desafios urgentes que a comunidade internacional deve abordar". "Nós, os líderes do G20, precisamos de assumir a liderança e trabalhar em equipe", pediu.
Para ele, "a proteção ambiental não é contraditória com o crescimento econômico". "Queremos uma sociedade mais verde", completou.
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