Doria reclama de "negacionistas" e leva postura anti-Bolsonaro a Davos
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O governador de São Paulo, João Doria, usará sua participação no Fórum Econômico Mundial nesta terça-feira para fazer um contraponto ao presidente Jair Bolsonaro no palco internacional e defender "a vida e a ciência".
Neste ano, por conta da pandemia, o evento não ocorre na tradicional estação de esqui de Davos (Suíça). Durante a semana, os debates estão sendo realizados de maneira virtual e contarão com os líderes de algumas das maiores economias do mundo, além de presidentes sul-americanos como Alberto Fernandez, da Argentina.
Os organizadores convidaram Bolsonaro, que optou por não atender ao pedido pelo segundo ano consecutivo. Em seu lugar, o governo federal será representado pelo vice-presidente, Hamilton Mourão, e pelos ministros Paulo Guedes (Economia) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores). Caberá ao chanceler falar de "geopolítica", num momento em que cresce a pressão interna por uma mudança no Itamaraty.
Mas o primeiro participante brasileiro em Davos será Doria. Oficialmente, o evento está sendo organizado para tratar das realidades das cidades. Mas o próprio governador indicou à coluna que adotará um discurso que tratará da pandemia e da situação no país.
"Farei uma defesa da vida, para que no Brasil tenhamos o exemplo da ciência e da proteção aos brasileiros, seguindo as orientações sanitárias e continuando a promover o que chamamos de Plano São Paulo", explicou o governador.
Chamando Bolsonaro de "notório negacionista", Doria "lamenta que o presidente não tenha seguido as orientações da OMS [Organização Mundial da Saúde]". Outro participante do evento global desta semana será o diretor-geral da agência internacional, Tedros Ghebreyesus.
Sem vidas, não há economia, afirma Doria
O governador ainda aponta para a pressão que enfrenta por parte de empresários incentivados pela visão do governo federal sobre a abertura da economia.
"Sem vidas não há economia", disse Doria. "Não é fácil fazer o enfrentamento a negacionistas e aos estímulo de negacionistas, a empresários muito vezes gananciosos ou iludidos com a possibilidade de que tudo possa ser liberado e que não fará diferença no controle da doença", afirmou o governador.
A participação de Doria ocorre num momento em que a pressão internacional contra o governo Bolsonaro ganha força, com governos estrangeiros questionando as atitudes do presidente, denúncias nos organismos internacionais e um isolamento crescente em diversas áreas.
Já o governador de São Paulo passou a ser um convidado frequente de Davos e falará a uma audiência que assumiu que o comportamento de governos como o de Donald Trump ou de Bolsonaro adiam a retomada da economia mundial. Em debates organizados na segunda-feira, a necessidade de controlar o vírus e afastar teorias conspiratórias fizeram parte dos apelos de alguns dos principais líderes do setor privado.
Em maio, Doria também estará no evento que o Fórum vai realizar em Cingapura, a primeira reunião presencial do grupo.
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