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Agência libera uso de vacina da AstraZeneca
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Resumo da notícia
- Regulador europeu, porém, diz que "não pode descartar definitivamente" o elo entre a vacina e uma trombose rara
- Agência insiste que número de casos é pequeno e que benefícios da vacina superam os riscos
- Recomendação é para que um alerta seja incluído na descrição do produto
A Agência Europeia de Medicamentos libera o uso da vacina da Oxford/AstraZeneca, depois que mais de 13 países interromperam a aplicação de doses desenvolvidas pela universidade britânica. "Essa é uma vacina segura e eficaz", garantiu a entidade.
Apesar disso, a agência indicou que não conseguiu concluir ainda se existe ou não um elo entre o imunizante e os casos de trombose, identificados em algumas pessoas vacinadas. A sugestão da agência é de que haja uma mensagem de alerta sobre tal risco. Mas insistiu que isso não deve servir para interromper a vacinação.
De acordo com a agência, a taxa de casos de trombose é inferior à média da população. Mas, ainda assim, casos raros foram identificados. "Ainda não podemos concluir que não existem elos (entre a vacina e os incidentes)", disse a diretora da entidade, Emer Cook. Ela, porém, insistiu que tomaria a vacina "amanhã" se fosse oferecida a possibilidade.
A agência indicou que os problemas foram identificados em cerca de 30 pessoas, entre mais de 20 milhões de beneficiados. "Os benefícios superam os riscos da vacina", disse a diretora.
Segundo ainda a agência, de uma forma geral, cerca de mil pessoas desenvolvem tromboses pela Europa a cada mês. No caso das vacinas, a taxa é mais baixa do que se esperava.
Alerta será incluído em perfil do produto
A partir de agora, o público e médicos serão informados dos riscos e dados serão explicados para que pessoas que possam desenvolver sintomas lidem rapidamente com o eventual risco.
Principal aposta do governo federal brasileiro para a campanha de vacinação contra a covid-19, o imunizante passou a ser alvo de uma polêmica depois que diversos países europeus optaram por suspender o uso das doses de forma provisória.
A decisão, que ainda envolveu Itália, Alemanha e França, gerou caos e incerteza em muitos dos centros de vacinação pela Europa. Mesmo no setor financeiro, o temor era de que a suspensão levasse a um adiamento na recuperação da economia europeia.
A suspeita se referia ao surgimento de casos de coágulos de sangue em pessoas vacinadas. A questão era a de esclarecer se tais incidentes tinham uma alguma relação com o imunizante.
Para a Agência Europeia de Medicamentos, porém, novas investigações terão de ser feitas para determinar se há um elo entre a vacina e os incidentes de saúde.
Já na quarta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu que a vacinação com doses desenvolvidas pela Oxford/AstraZeneca continuasse, mesmo enquanto examinava os casos de suspeitas de efeitos colaterais.
"Neste momento, a OMS considera que os benefícios da vacina AstraZeneca superam seus riscos e recomenda que as vacinações continuem", apontou a agência.
De acordo com a OMS, a vacinação contra a covid-19 "não reduzirá doenças ou mortes por outras causas". "Sabe-se que os eventos tromboembólicos ocorrem com frequência. O tromboembolismo venoso é a terceira doença cardiovascular mais comum em todo o mundo", explicou.
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