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Sob pressão, governo Bolsonaro faz aproximação com OMS
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Resumo da notícia
- Marcelo Queiroga deve participar nesta semana de coletiva de imprensa conjunta com OMS
- Agência vê novo tom usado pelo Brasil como oportunidade para maior cooperação com governo para lidar com pandemia
O novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, deverá participar nesta semana da tradicional coletiva de imprensa global da OMS, organizada para jornalistas de todo o mundo. O brasileiro foi convidado pelo diretor-geral da entidade, Tedros Ghebreysus.
Segundo fontes em Brasília, o governo brasileiro já deu uma sinalização positiva ao evento e a ideia é de que Queiroga seja o convidado da conferência na próxima sexta-feira. O formato de sua participação ainda está sendo avaliado. A coletiva de imprensa sobre a covid-19 é realizada duas vezes por semana pela OMS e acompanhada por centenas de jornalistas e observadores em todo o mundo.
Se confirmada, a participação será considerada como um sinal da disposição do governo do Brasil em sintonizar seu discurso com a OMS, pela primeira vez em mais de um ano de pandemia.
Pressionado e diante de uma CPI, o governo foi alvo de recomendações internas para que adotasse um novo tom e uma relação positiva com as agências internacionais. Além disso, negociadores acreditam que uma melhor relação com a agência poderá ajudar o país a obter mais vacinas.
Com a crise na qual mergulha a Índia, as exportações de vacinas do país para o mecanismo de distribuição de doses foram suspensas no início do mês, afetando o cronograma de entregas pelo mundo.
As doses para o Brasil são garantidas a partir de uma fabricação na Coreia do Sul. Mas uma interrupção de doses indianas pode afetar o mercado global e também gerar um atraso nas entregas para o país.
Em março, Queiroga já se reuniu com Tedros, estabelecendo uma cooperação para que a OMS auxilie o Brasil a aumentar a produção de vacinas. Na semana passada foi a vez de o chefe da agência manter um encontro com o chanceler Carlos França.
Os encontros ocorreram depois de meses de ataques do presidente Jair Bolsonaro contra a OMS e contra seu próprio diretor. O brasileiro chegou a dizer que não seguiria as recomendações da agência, apontando que Tedros "sequer era médico". As recomendações da entidade, porém, não são produzidas pelo diretor, e sim por equipes de cientistas e com base em pesquisas.
Desde a semana passada, o tom da OMS também mudou. Em público, a agência "agradeceu" as medidas que estão sendo tomadas no Brasil, sem explicar quais seriam. Na agência, porém, a brecha aberta pelo governo brasileiro para um diálogo é considerada como uma oportunidade que deve ser usada para ampliar a cooperação com o país e permitir que medidas sejam tomadas para frear o vírus.
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