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2º ano da pandemia é mais letal e OMS pede que ricos não imunizem crianças
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Resumo da notícia
- Apelo da agência é para que doses possam chegar a países mais pobres
- Dados indicam que 2021 será mais letal que o primeiro ano da pandemia
Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, fez um apelo nesta sexta-feira para que países ricos desistam de vacinas suas crianças e adolescentes, por enquanto, e que destinem as doses para os locais mais pobres do mundo, que continuam sem imunizantes para proteger nem mesmo os médicos e enfermeiras. De acordo com a agência, 2021 caminha para ser mais letal que o primeiro ano da pandemia e que o mundo precisa acelerar a vacinação em zonas em desenvolvimento.
"Temos já 3,3 milhões de mortes e estamos no caminho de ver um segundo ano da pandemia bem mais letal que o primeiro", disse. Entre janeiro de 2020 e a primeira semana de dezembro de 2020, o mundo tinha registrado 1,4 milhão de mortes. Em cinco meses, esse número mais do que dobrou e, no Brasil, Índia e outros países, as taxas revelam que a situação no segundo ano da pandemia tem sido mais dramática e letal.
O apelo sobre a distribuição de doses vem num momento em que governos de economias desenvolvidas apontam para o início da vacinação de menores, gerando críticas por parte de entidades internacionais e grupos de direitos humanos. De acordo com Tedros, os países mais pobres do mundo receberam apenas 0,3% das vacinas até hoje produzidas.
Para ele, existe uma "distorção grosseira" na distribuição das vacinas. "Alertamos sobre o nacionalismo e estamos vendo agora os resultados", disse Tedros, que indicou que foi vacinado nesta semana. "Foi um gosto amargo", apontou,
"A vacina é triunfo da ciência e é chave para controlar a pandemia. Mas muitos profissionais de saúde não estão protegidos", disse. "Alguns governos estão vacinando crianças. Mas peço que isso seja reconsiderado e que as doses sejam entregues para a Covax", declarou o diretor, num apelo para que o mecanismo de distribuição global possa ocorrer. "Vacinar menores não é a melhor estratégia", insistiu.
De acordo com a OMS, a situação indiana "ainda é preocupante", mas a crise também é intensa em países como Nepal e Egito. Nas Américas, as mortes representam 40% de todos os óbitos e as taxas continuam elevadas.
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