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Jamil Chade

REPORTAGEM

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Pela 1ª vez, começa a sobrar vacinas nos países ricos

Rosa Gallegos, 31, frequenta uma clínica de vacinação contra covid-19 em Los Angeles, Califórnia, EUA - Lucy Nicholson/Reuters
Rosa Gallegos, 31, frequenta uma clínica de vacinação contra covid-19 em Los Angeles, Califórnia, EUA Imagem: Lucy Nicholson/Reuters

Colunista do UOL

07/09/2021 09h52

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Pela primeira vez desde o início da pandemia da covid-19, a produção de vacinas dá sinais de que supera a demanda por doses nos países ricos. Dados publicados pela indústria farmacêutica mundial apontam que o ano deve terminar com 12 bilhões de vacinas fabricadas. Mas a distribuição nos países mais pobres continua sendo insuficiente e o "apartheid de vacinas" é a nova realidade do planeta.

De acordo com a Federação Internacional da Indústria Farmacêutica, cerca de 7,5 bilhões de doses já foram fabricadas e, por mês, 1,5 bilhão de unidades estão sendo produzidas.

Para a entidade, o número pode ser um "ponto de inflexão", já que a produção atinge um ponto no qual a demanda nos países ricos começa a ser plenamente abastecida. Pelo menos metade das vacinas hoje são chinesas. Até meados de 2022, a previsão é de que a produção atinja a marca de 24 bilhões de doses.

De acordo com a indústria, a realidade é que já haveria 1,2 bilhão de doses acima do consumo nos países ricos, um fato que poderia ampliar a distribuição nos países em desenvolvimento e pobres.

Já em setembro, um volume de 500 milhões de doses não usadas poderia já entrar em estratégias de redistribuição.

Hoje, a vacina chegou a 30% da população mundial. Mas enquanto os países ricos atingiram a marca de 70% de cobertura, a África continua a sofrer um desabastecimento, com apenas 6% da população protegida.