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Atacado por Bolsonaro, passe sanitário poupa 4 mil vidas e € 6 bi na França
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Alvo de intenso debate, atacado pelo presidente Jair Bolsonaro e até gerando protestos pela extrema-direita, o passaporte sanitário salvou vidas e permitiu uma economia bilionária onde foi usado. Essa é a conclusão de um estudo realizado por um orgão oficial do governo francês de Emmanuel Macron, que instaurou a exigência do passaporte ainda em meados de 2021.
De acordo com o levantamento realizado pelo Conselho de Análise Econômica, 4 mil mortes puderam ser evitadas, com a exigência de que uma pessoa prove que está vacinada ou sem covid para entrar em restaurantes, bares, museus, cinemas e órgãos públicos. O que se constatou é que, diante das restrições, milhões de pessoas optaram por se vacinar, reduzindo os riscos individuais e para a transmissão.
O estudo encomendado pelo governo francês também concluiu que, em menos de 6 meses, o país economizou 6 bilhões de euros ao evitar internações e complicações relativas a covid-19.
Neste último fim de semana, o governo passou uma nova lei transformando o passe sanitário em passaporte vacinal. Na prática, o acesso a estabelecimentos comerciais apenas ocorrerá se uma pessoa tiver as 3 doses da vacina completadas. Testes de PCR ou antígenos já não serão suficientes.
Philippe Martin, chefe do Conselho, explicou que as conclusões foram feitas depois de comparar os dados franceses com a curva de vacinação e de casos na Alemanha e Itália, onde o passe sanitário não foi estabelecido naquele momento.
Para ele, a vacinação teria aumentado de todas as formas neste período. Mas, segundo o estudo, a velocidade foi maior, diante da obrigação. De acordo com o estudo, sem o passaporte sanitário, a taxa de vacinação na França teria terminado 2021 com 65,2%. Com a exigência, o patamar atingiu 78%.
Crescimento da economia
O estudo também concluiu que o passaporte conseguiu evitar perdas equivalentes a 6 bilhões de euros.
"Há dois mecanismos pelos quais o passe sanitário pode ter um impacto sobre a atividade econômica: diretamente porque se você for vacinado, ficará mais tranquilo, portanto terá mais interação social e mais atividade econômica. E indiretamente, porque sabemos que quando há muitas internações em hospitais e unidades de terapia intensiva, é quando o governo é obrigado a impor restrições muito mais rígidas que têm um impacto muito negativo sobre a economia. Isto é o que temos evitado", diz Philippe Martin.
Sem a medida, o número acumulado de internações teria aumentado em 31% e o número de pacientes na UTI seria 45% maior.
Em sua avaliação, a vacina foi em parte responsável pelo crescimento na economia francesa, na segunda metade de 2021.
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