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Jamil Chade

REPORTAGEM

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Brasil dará apoio à resolução no Conselho de Segurança contra a Rússia

Alan Santos/PR
Imagem: Alan Santos/PR

Colunista do UOL

25/02/2022 10h54

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O Itamaraty instruiu sua delegação na ONU a apoiar um projeto de resolução contra a Rússia que será colocada à votação no Conselho de Segurança, sobre os ataques contra a Ucrânia. A votação ocorrerá a partir das 15 horas em Nova Iorque e será um dos principais testes da comunidade internacional diante da crise.

Mas com o Conselho sendo presidido pela Rússia neste momento e com o poder de veto do Kremlin, o Itamaraty dá por certo que o documento não será aprovado. O projeto é de autoria de americanos e albaneses e, segundo o UOL apurou, ainda está sendo negociado em seus detalhes.

O Conselho, em Nova Iorque, deve se transformar num local de pressão internacional contra a Rússia, ainda que governos como o da China possam também optar por dar seu voto contrário ou se abster.

Conforme o UOL revelou há dez dias, o governo brasileiro vinha adotando nas últimas semanas uma ginástica diplomática para manter uma relação positiva tanto com os russos como com o Ocidente. Na declaração emitida pelo Itamaraty, na quinta-feira desta semana, o governo evitou condenar Vladimir Putin. Mas indicou que havia uma violação clara dos princípios da ONU.

O governo, porém, passou dias tentando chegar a uma postura de consenso. Bolsonaro vem resistindo a fazer críticas diretas ao presidente Putin, inclusive desqualificando comentários do vice-presidente, Hamilton Mourão, contra o russo.

Mas, diante de uma resolução e da exigência de um voto brasileiro, o Itamaraty convenceu o Executivo de que as atitudes de Putin violaram o direito internacional e a Carta da ONU. Também foi considerado que, neste momento, ficar ao lado do russo, poderia ampliar as críticas contra o Planalto.

A postura de hesitação de Bolsonaro ocorre depois de uma viagem para Moscou na qual ele conseguiu ser recebido por um líder internacional de peso e que servirá de material de campanha eleitoral.

Já antes da ida ao Kremlin, o governo adotou uma atitude de evitar criticar o russo, sem romper totalmente com americanos e europeus.

  • Veja as últimas informações sobre a guerra na Ucrânia e mais no UOL News com Fabíola Cidral: