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Jamil Chade

REPORTAGEM

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ONU fala em mais de 400 civis mortos na Ucrânia, inclusive crianças

7.mar.2022 - Idoso faz uma pausa enquanto deixa a cidade de Irpin, na Ucrânia, após fortes bombardeios russos - Carlos Barria/Reuters
7.mar.2022 - Idoso faz uma pausa enquanto deixa a cidade de Irpin, na Ucrânia, após fortes bombardeios russos Imagem: Carlos Barria/Reuters

Colunista do UOL

07/03/2022 11h02

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Números divulgados pela ONU nesta segunda-feira revelam que a guerra na Ucrânia já fez 1,2 mil vítimas, incluindo 406 mortos e 801 feridos. A entidade, porém, admite que o número real é bem superior, já que dezenas de casos e relatos ainda não conseguiram ser confirmados de forma independente.

O monitoramento está sendo realizado pelo Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos e os dados se contrastam com a propaganda oficial por parte do governo russo de que seu exército não visa a população civil. O Kremlin também acusa a Ucrânia de estar usando a população como escudo humano.

Na ONU, porém, as informações não vão na direção da narrativa que Moscou tenta emplacar. O governo americano também acusa o Kremlin de crimes de guerra, enquanto a procuradoria do Tribunal Penal Internacional já abriu investigações. Na semana passada, a ONU também aprovou a criação de uma comissão de inquérito para investigar crimes na Ucrânia. A iniciativa teve o voto do Brasil.

No monitoramento das Nações Unidas, portanto, os números revelam que as regiões de Donetsk e Luhansk registraram 528 vítimas (93 mortos e 435 feridos). Em território controlado pelas autoproclamadas "repúblicas" já seriam 134 vítimas, com 23 mortos e 111 feridos.

Nas outras regiões da Ucrânia (a cidade de Kyiv, e as regiões de Cherkasy, Chernihiv, Kharkiv, Kherson, Kyiv, Mykolaiv, Odesa, Sumy, Zaporizhzhia, e Zhytomyr), foram 679 baixas (313 mortos e 366 feridos).

De acordo com a ONU, "a maioria das baixas civis registradas foi causada pelo uso de armas explosivas com uma ampla área de impacto, incluindo bombardeios de artilharia pesada e sistemas de mísseis e ataques aéreos e de mísseis".

Quanto aos números reais, a ONU insiste que eles são "consideravelmente mais altos, especialmente em território controlado pelo governo e especialmente nos últimos dias, pois o recebimento de informações de alguns locais onde têm ocorrido intensas hostilidades tem sido adiado e muitos relatos continuam pendentes de corroboração".

Um exemplo seria cidade de Volnovakha, onde "há alegações de centenas de vítimas civis".

"Estes números estão sendo corroborados e não estão incluídos nas estatísticas acima", explica. A ONU, porém, afirma que tomou nota do relatório do Comissário de Direitos Humanos do Parlamento Ucraniano, segundo o qual, a partir de 6 de março, 38 crianças foram mortas e 71 feridas.

A ONU também aponta para um relatório da Polícia Nacional da região de Kharkiv, segundo o qual, desde o dia 7 de março, o número total de vítimas civis na região de Kharkiv foi de 133 mortos (128 adultos e 5 crianças) e 319 feridos.