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"Apocalíptica", guerra na Ucrânia faz 2 milhões de refugiados
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No que ganha dimensões da maior crise humanitária na Europa em décadas, a guerra na Ucrânia já faz mais de 2 milhões de refugiados. O êxodo é considerado como um dos mais intensos já vistos em conflitos armados, deixando até experientes funcionários internacionais em choque.
O anúncio foi feito nesta terça-feira pela ONU, em Genebra, no momento em que corredores humanitários tentam ser estabelecidos para permitir a evacuação da população diante dos ataques russos contra cidades ucranianas. Para o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, a população local vive um "cenário apocalíptico", principalmente em Mariupol.
De acordo com a OMS, violações do direito humanitário internacional estão ocorrendo. De acordo com a entidade, foram 16 estabelecimentos de saúde já bombardeados, com pelo menos nove mortos.
Para a ONU, trata-se do maior palco de guerra no continente europeu desde a Segunda Guerra Mundial. Previsões já falam de um total de 5 milhões de refugiados nas próximas semanas. Hoje, o principal destino tem sido a Polônia, que já recebeu 1,2 milhão de pessoas, além de Hungria e outros países da região. Mais de 90 mil pessoas também cruzaram a fronteira para a Rússia.
Desses 2 milhões de refugiados, pelo menos 100 mil não são ucranianos e alguns são alvos de ataques xenófobos e limites em seus movimentos.
Enquanto os novos números eram publicados, a alta comissária da ONU para Direitos Humanos, Michelle Bachelet, fazia um apelo para que civis sejam protegidos.
"Estou profundamente preocupada com os civis presos em hostilidades ativas em numerosas áreas, e exorto todas as partes a tomarem medidas eficazes para permitir que todos os civis - inclusive aqueles em situações de vulnerabilidade - deixem com segurança as áreas afetadas pelo conflito", pediu, num discurso no Conselho de Direitos Humanos da ONU.
Seu escritório indica que, entre mortos e feridos, já são mais de 1,2 mil civis atingidos. Mas a própria entidade admite que o número real é "bem maior".
Segundo Bachelet, a ONU recebeu relatos de detenções arbitrárias de ativistas pró-ucranianos em áreas que recentemente ficaram sob o controle de grupos armados no leste do país, ligados às autoridades russas. Ela, porém, também indicou que recebeu relatos de espancamentos de pessoas consideradas pró-russos em territórios controlados pelo governo. "Repito meu apelo urgente para o fim pacífico das hostilidades", completou.
- Veja últimas informações da guerra na Ucrânia e mais notícias do dia no UOL News com Fabíola Cidral:
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