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Jamil Chade

REPORTAGEM

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Kremlin diz que EUA declararam "guerra econômica" contra Rússia

O presidente russo, Vladimir Putin - Sputnik Photo Agency/via Reuters
O presidente russo, Vladimir Putin Imagem: Sputnik Photo Agency/via Reuters

Colunista do UOL

09/03/2022 08h43

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O governo de Vladimir Putin afirmou nesta quarta-feira que considera os atos dos Estados Unidos de suspender a compra de petróleo do país como uma agressão, além de medidas para tentar estrangular a economia russa.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, lamentou as medidas adotadas pelo governo de Joe Biden, insistindo que a Rússia tinha a pretensão de manter sua posição como fornecedora confiável de energia tanto para a Europa como para o resto do mundo, mesmo diante do conflito.

Segundo ele, a Rússia pretende continuar a fornecer gás e petróleo a seus clientes. "Mesmo agora, como podem ver, os recursos energéticos estão a ser entregues aos seus destinatários. A Rússia valoriza a sua reputação como fornecedor fiável de recursos energéticos".

Apesar dessa promessa, o próprio Kremlin admite que as novas medidas americana abrem uma nova fase no confronto. "Mas olhe o bacanal, o bacanal hostil que o Ocidente semeou - e isso, claro, torna a situação muito difícil e obriga-nos a pensar seriamente", disse Peskov, numa conferência de imprensa em Moscou. "Os Estados Unidos declararam definitivamente guerra econômica contra a Rússia e estão travando essa guerra", afirmou. "De fato é esse o caso", confirmou.

Segundo ele, Moscou já tinha tomado medidas para se preparar para as sanções, antes mesmo do início dos confrontos e insistiu que o Kremlin agiria para proteger seus "interesses".

Segundo ele, a medida americana ameaça "desestabilizar a economia mundial".

Para o governo americano, a imposição de sanções na área de energia não atinge sua economia da mesma forma que poderia abalar os europeus, dependentes do gás russo. Mesmo assim, a previsão entre diplomatas ocidentais é de que as medidas podem ampliar a tensão internacional.

Peskov ainda criticou a possibilidade do envio de jatos de potências da Otan para a Ucrânia, alertando que isso poderia criar um "cenário perigoso".