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Sob protestos, Coreia do Norte preside órgão de desarmamento da ONU
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Num gesto que deixou potências ocidentais irritadas, o governo da Coreia do Norte assumiu nesta semana a presidência da Conferência da ONU para o Desarmamento. Um dos países mais isolados do mundo e sob a acusação de que está desenvolvendo de forma ilegal armas nucleares, os coreanos estarão na posição de presidência até o final do mês.
O órgão da ONU com 65 membros promove uma rotação entre os países para que todos ocupem a presidência dos trabalhos. No passado, a Síria de Bachar Al Assad já ocupou o posto. Em 2013, o Irã também presidiu a conferência.
Mas a chegada dos norte-coreanos no comando dos trabalhos deixou europeus e americanos irritados. O país violou resoluções do Conselho de Segurança da ONU e é suspeito de ter realizado, em 2022, seu primeiro teste nuclear desde 2017. Vários outros testes envolvendo mísseis também foram realizados nos últimos meses.
Ao assumir o cargo, a delegação norte-coreana não fez referência às violações. "A Coreia do Norte está empenhada em contribuir para a paz e o desarmamento globais e atribui importância ao trabalho da conferência", disse o embaixador Han Tae Song.
Ativistas de mais de 40 entidades pressionaram governos ocidentais a se retirar da sala. Mas a opção feita pelos países foi a de enviar apenas diplomatas de escalão inferior, sem a presença de embaixadores. Para as ongs, ter o regime norte-coreano presidindo sobre o tema de desarmamento era o equivalente a ter um "estuprador cuidando de um abrigo para mulheres"
"Devemos lembrar que todas essas armas de destruição em massa na Coreia do Norte não são para as milhões de pessoas famintas e reprimidas. Cabe ao regime preservar os sistemas mais sombrios e totalitários do século 21", disse o norte-coreano e ativista dos direitos humanos Timothy Cho, agora vivendo no Reino Unido.
"A Coreia do Norte não tem nenhuma qualificação para presidir uma conferência apoiada pela ONU porque abandonou completamente a responsabilidade primária do estado de proteger seus próprios cidadãos da fome e dos abusos", disse Cho.
"Os líderes norte-coreanos estão cometendo crimes contra a humanidade, fome, opressão, perseguição, prisão, tortura, execução, aborto forçado, desaparecimento forçado e punição de três gerações", disse. "Como conclui o relatório da Comissão de Inquérito da ONU' de 2014, as violações dos direitos humanos da Coreia do Norte a torna 'um Estado sem paralelo' no mundo contemporâneo".
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