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Diplomatas brasileiros enterram tese de Bolsonaro e defendem urnas
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Em um gesto raro, diplomatas brasileiros refutam o discurso do presidente brasileiro e rejeitam a tese de que a eleição no país possa ser alvo de uma fraude a partir do atual modelo usado. A declaração acontece depois que Jair Bolsonaro convocou embaixadores estrangeiros para uma reunião na qual atacou a Justiça, questionou as urnas e, segundo especialistas, cometeu crimes de responsabilidade.
A coluna apurou que o Itamaraty tentou evitar que a reunião fosse realizada, enquanto diplomatas estrangeiros criticaram o fato de terem sido usados pelo presidente para fortalecer sua base mais radical.
Nesta quarta-feira, numa nota pública, a Associação de Diplomatas Brasileiros (ADB) deixou claro que não compartilha das teses do presidente.
"A ADB reitera sua plena confiança na justiça eleitoral brasileira e no sistema eletrônico de votação do país", afirmou a entidade, que reúne embaixadores e diplomatas de diferentes escalões.
No texto, o grupo deixa claro que o sistema passou a ser modelo para diversos países. "Desde sua implantação, em 1996, o sistema brasileiro de votação eletrônica é objeto de reiteradas demandas de cooperação internacional de transferência de conhecimento e tecnologia", disseram os diplomatas brasileiros, num ato claro de contestação ao presidente.
"Ao longo desse tempo, a diplomacia brasileira testemunhou sempre elevados padrões de confiabilidade que se tornaram referência internacional indissociável da imagem do Brasil como uma das maiores e mais sólidas democracias do mundo", afirmou a ADB.
"Essa é uma conquista da sociedade brasileira no processo de consolidação de suas instituições democráticas, para a qual a diplomacia nacional muito se orgulha de contribuir no exercício de suas atividades", completou a entidade.
Os diplomatas ainda relataram como, desde a redemocratização, estiveram envolvidos no processo eleitoral. "Por décadas, os diplomatas brasileiros têm atuado em apoio às autoridades eleitorais do país para a organização e a realização das eleições presidenciais. Em mais de 200 cidades espalhadas pelo mundo onde há repartições consulares, além de 33 seções adicionais em localidades em que não há representação permanente", disseram.
"A missão eleitoral do Ministério das Relações Exteriores, que inclui desde o alistamento de eleitores até a transmissão dos votos, mobiliza não apenas servidores do Itamaraty, mas também as comunidades brasileiras", diz. Segundo a entidade, para 2022, há mais de 600 mil eleitores alistados no exterior.
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