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Jamil Chade

REPORTAGEM

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Governos, observadores e ONGs temem crise eleitoral no Brasil

Colunista do UOL

30/10/2022 15h08

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Observadores internacionais, organizações de direitos humanos e governos estrangeiros soam o alerta diante da situação de transporte no Brasil, em pleno dia de eleições. Ao UOL, membros da equipe de observadores enviados por entidades estrangeiras indicaram que estão "extremamente alarmados" com o bloqueio, que poderia levar a um desequilíbrio nos votos e na impossibilidade de que muitos cheguem até as urnas.

A Polícia Rodoviária Federal não estaria atendendo à ordem do TSE que a proíbe de realizar operações que envolvam o transporte público. O temor dos observadores é de que milhares de pessoas podem estar sendo prejudicadas, com um resultado real na apuração final. Uma das preocupações vem da equipe da OEA.

A reportagem foi informada que diversas embaixadas estrangeiras também optaram por monitorar de perto a situação, qualificando o fato como "lamentável" e com o potencial de abrir uma crise institucional no país.

Embaixadores do Brasil no exterior também já foram acionados por autoridades estrangeiras, perguntando o que significava tal gesto e de que forma a crise poderia afetar o resultado final. Há semanas, governos como o dos EUA vêm alertando Bolsonaro que não irão tolerar manipulação no processo eleitoral brasileiro, considerado como "exemplar".

Na ONU, a situação também está sendo acompanhada com "atenção redobrada", enquanto a OEA admite, nos bastidores, um temor por uma crise diante da situação. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos informou que está já "monitorando" a situação.

Em uma declaração publicada neste domingo, a Human Rights Watch apontou para a gravidade da crise. "Estamos muito preocupados com denúncias de operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) que supostamente estão impedindo ou atrasando o acesso aos locais de votação de eleitores que usam transporte público", disse.

"Em 29 de outubro, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proibiu qualquer operação da PRF relacionada ao transporte público de eleitores. As autoridades deveriam cumprir imediatamente as decisões do TSE, suspender todas as operações que possam levar à supressão do direito ao voto dos eleitores brasileiros e garantir que possam exercê-lo com liberdade e segurança", afirmou.