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Governo Bolsonaro se abstém de condenar ataques contra iranianas na ONU
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O governo do Brasil optou por se abster em uma resolução aprovada nesta quinta-feira no Conselho de Direitos Humanos da ONU que condenou a violência contra as mulheres no Irã. O voto ainda permitiu que a entidade estabeleça uma investigação independente para examinar a crise e a repressão em Teerã.
A resolução foi aprovada com 25 países dando seu apoio e seis contra. 15 governos se abstiveram, entre eles o Brasil.
A sessão especial da ONU havia sido convocada pela Alemanha, que insistia sobre a necessidade de que a repressão do governo iraniano fosse alvo de uma condenação internacional.
A resolução ainda cria uma equipe para investigar os abusos de direitos humanos no Irã, onde ativistas alertam que 300 pessoas já morreram em outras 14 mil foram detidas nos últimos três meses.
Se potências Ocidentais têm proliferado sanções contra o Irã por conta da repressão, essa será a primeira vez, desde a revolução em 1979, que um mecanismo formal de inquérito é estabelecido de maneira internacional contra Teerã.
Além do Brasil, países como o Qatar, Mauritânia, Namíbia, Malawi ou Sudão também escolheram se abster. Como já vem sendo uma tradição, China e Venezuela ficaram ao lado dos iranianos, enquanto todos os europeus, Argentina, México e EUA apoiaram a ideia da condenação.
"As autoridades iranianas não poderão perpetrar anonimamente esta violenta repressão", disse a embaixadora americana na ONU, Michele Taylor. "A comunidade internacional está de olho".
Os protestos começaram depois que Mahsa Amini, de 22 anos, foi detida por usar seu hijab de forma inadequada. Sob custódia, ela morreu e sua família denuncia tortura e o envolvimento das autoridades. Mas o governo iraniano insiste que seu falecimento ocorreu por "causas naturais devido a uma condição pré-existente".
Meninas tomaram as ruas, universidades e outros locais públicos para protestar, o que levou as autoridades a incrementar ainda mais a repressão.
Para o alto comissário da ONU para os direitos humanos, Volker Türk, existe "uma crise de direitos humanos plena". Em um discurso antes do voto, ele apelou para que o governo suspenda de forma imediata o uso da força contra os manifestantes.
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