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Jamil Chade

REPORTAGEM

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Deputados americanos querem expulsão de Bolsonaro dos EUA

Apoiadores de Jair Bolsonaro concentrados na frente da casa que hospeda presidente em Orlando, na Flórida - UOL
Apoiadores de Jair Bolsonaro concentrados na frente da casa que hospeda presidente em Orlando, na Flórida Imagem: UOL

Colunista do UOL

08/01/2023 20h18Atualizada em 08/01/2023 20h38

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Deputados dos EUA querem a expulsão do ex-presidente Jair Bolsonaro da Flórida, para onde ele viajou antes mesmo de seu governo terminar. Joaquin Castro, deputado americano do Partido Democrata, foi um dos que fez o apelo. "Bolsonaro não deve ser dado refúgio na Flórida, onde ele está se escondendo da responsabilidade de seus crimes", afirmou.

O mesmo pedido está sendo feito por Alexandria Ocasio-Cortez, deputada democrata. "Quase dois anos depois dos ataques contra o Capitólio por fascistas, vemos movimentos fascistas no exterior tentando fazer o mesmo no Brasil", disse a parlamentar. "Os EUA devem parar de garantir refúgio na Flórida", completou.

Jamie Raskin, deputado que investiga os atos de 6 de janeiro de 2021 contra o Capitólio, afirmou que "as democracias do mundo precisam agir rapidamente para deixar claro que não haverá apoio" aos criminosos de direita. Chamando os golpistas de "fascistas", ele destacou que os criminosos repetem a receita de Donald Trump e que precisam terminar na "prisão".

Nos EUA, investigações passaram a considerar os contatos do deputado Eduardo Bolsonaro com pessoas que poderiam estar envolvidas na invasão do Capitólio. A recusa do então chanceler Ernesto Araújo em condenar de forma mais enérgica os invasores americanos e a relação entre Bolsonaro, Steve Bannon e Donald Trump também levantam suspeitas.

Bernie Sanders, senador americano, destacou que foram atos como o de hoje que levaram o Congresso americano a aprovar uma resolução na qual os EUA teriam de suspender qualquer cooperação com o Brasil caso um golpe ocorresse. "Estamos ao lado do governo democraticamente eleito e condenamos a violência autoritária", disse.

Em entrevista nesta noite à rede CNN, o chanceler Mauro Vieira disse que recebeu telefonemas de apoio por parte de ministros de Portugal, Espanha, Uruguai e diversos outros governos.

Segundo ele, o Itamaraty pode ter um papel "auxiliar" caso haja uma investigação que necessite identificar suspeitos no exterior de fazer parte dos atos criminosos neste domingo. De acordo com o chanceler, o Itamaraty não poupará esforços, caso seja solicitado a pedir a extradição de pessoas denunciadas nos EUA por fazer parte de movimentos golpistas. Sua mensagem aos líderes estrangeiros foi de que a democracia está preservada.

Nos EUA, país que viveu cenas similares, também se manifestaram em apoio ao Brasil. O presidente Joe Biden chamou os ataques de "ultrajantes".

"Condenamos os ataques contra a presidência, Congresso e Corte Suprema do Brasil hoje", afirmou Antony Blinken, secretário de Estado norte-americano. "Usar violência contra instituições democráticas é sempre inaceitável", disse. "Nos aliamos ao presidente Lula para pedir um fim imediato a essas ações", declarou.

Assessores de Joe Biden, presidente americano, afirmaram que o chefe da Casa Branca acompanha com preocupação e que o apoio à democracia no Brasil é "inabalável".

"A violência não tem lugar nenhum numa democracia. Condenamos fortemente os ataques às instituições dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário em Brasília, que é um ataque também à democracia. Não existe justificativa para esses atos", escreveu a embaixada americana em Brasília.

"A Embaixada e Consulados dos EUA no Brasil condenam os ataques às instituições democráticas e aos edifícios governamentais em Brasília. Invasões por indivíduos que não aceitam um resultado eleitoral violam a democracia de um país. Exortamos o fim imediato desses ataques", afirmaram as representações americanas no Brasil.