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Jamil Chade

REPORTAGEM

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Secretário-geral da ONU: responsáveis no Brasil devem sofrer consequências

Colunista do UOL

09/01/2023 09h19

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O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, afirmou que os autores dos ataques contra a democracia no fim de semana no Brasil precisam enfrentar as consequências. Em resposta a uma pergunta do UOL, nesta manhã em Genebra, o português ainda destacou que tem "absoluta confiança" de que o Brasil dará uma resposta adequada.

"Quem desrespeita a lei deve sofrer as respectivas consequências, de acordo com a lei", afirmou Guterres. "Vivemos, no Brasil e outras democracias, e um estado de direito. O importante é que o estado de direito funcione e que a democracia siga diante", insistiu.

O chefe da diplomacia da ONU afirmou que ficou "chocado" quando soube das invasões contra os três poderes no Brasil. "Fiquei chocado com o que vi", declarou. "Mas estou totalmente confiante de que os brasileiros darão uma resposta", insistiu.

"Confio no Brasil, nas instituições brasileiras, estou totalmente confiante de que responsabilização será implementada e que o funcionamento democrático do Brasil vai seguir adiante", completou.

A declaraçåo ocorre depois de a agência passou a acompanhar com preocupação a violência por parte de golpistas. Nos bastidores da entidade, uma instabilidade no Brasil poderia causar um terremoto político na América Latina, que já vive um momento de fragilidade.

O Brasil faz parte dos membros rotativos do Conselho de Segurança da ONU e, portanto, uma crise no país foi considerado como alarmante por diversos parceiros do país.

Em outro comunicado, o Sistema das Nações Unidas afirmou que "está acompanhando com preocupação os eventos de hoje (8 de janeiro), quando manifestantes atacaram e violentamente invadiram prédios públicos em Brasília, inclusive o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal".

"A ONU condena veementemente qualquer ataque dessa natureza, que representa uma séria ameaça às instituições democráticas. A ONU pede às autoridades que priorizem o reestabelecimento da ordem e que defendam a democracia e o Estado de direito", declarou o escritório das Nações Unidas no Brasil.

Na ONU, o relator Clement Voule também se manifestou. "Condenamos tais práticas e qualquer tentativa de minar o voto democrático no Brasil", disse.

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos também emitiu um comunicado no qual "repudia ataques às instituições e à violência em Brasília, que representa um atentado contra a democracia".

"O direito de reunião deve ser pacífico, sem armas e com estrito apego ao estado de direito. Todos os responsáveis devem ser investigados e sancionados", pediu o relator.