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Desemprego no Brasil cairá em 2023, mas OIT prevê que recuo perde fôlego
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Com uma economia mundial desafiadora e instabilidade geopolítica, a queda da taxa do desemprego no Brasil em 2023 perderá fôlego. Mas o número de pessoas sem trabalho voltará a ficar abaixo de 10 milhões de pessoas. A previsão é da OIT (Organização Internacional do Trabalho) que, nesta segunda-feira, publica seu informe anual sobre o desemprego no mundo.
Os novos dados sobre a situação global marcam o início do Fórum Econômico Mundial, que acontece em Davos e reúne mais de dois mil líderes políticos e empresários. A delegação brasileira é liderada pelos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Marina Silva (Meio Ambiente).
Depois de dois anos de queda global na taxa de desemprego, a OIT prevê que 2023 irá registrar a volta do aumento dos índices.
De acordo com o informe, 2023 terá um total de 208 milhões de desempregados no mundo. Isso significa 3 milhões a mais de pessoas sem trabalho que em 2022, principalmente nos países ricos, e uma taxa global de 5,8%.
Isso ainda significa que o mundo não se recuperou da pandemia da covid-19. Em 2022, a economia global contava com 16 milhões a mais de desempregados que em 2019, às vésperas da crise sanitária.
E no Brasil? A OIT destacou que o país "registou um crescimento muito forte do emprego, e uma grande redução da taxa de desemprego, no decurso de 2021 e 2022".
"Esperamos que esta tendência descendente pare em 2023, devido ao ambiente econômico global mais difícil. Mas não esperamos uma deterioração do mercado de trabalho no país", diz.
Em outras palavras: a queda que vinha sendo registrada continuará. Mas num ritmo menos intenso.
Em 2021, o número de brasileiros desempregados chegou a 14,1 milhões de pessoas, cerca de 13,3% da população. Um ano depois, a redução foi importante, para 10,3 milhões de brasileiros e uma taxa de 9,5%. Mas a OIT já identificou uma perda de fôlego no crescimento do país em 2022, com um impacto em toda a região.
E qual a previsão para 2023?
A OIT estima que a taxa voltará a cair neste ano, mas sem o mesmo fôlego. A previsão da OIT é de que o índice fique em 9,1%, com 9,9 milhões de brasileiros sem trabalho.
E para 2024?
Pouca mudança: o número se mantem igual, com 9,9 milhões de brasileiros desempregados e uma taxa de 9%.
De acordo com a OIT, em 2020, a região da América Latina registrou o "declínio mais dramático" do emprego e dos horários de trabalho no mundo. Mas a região também conheceu uma recuperação forte em 2021. Mesmo assim, a taxa de número de empregados em comparação à população total em 2022 estava ainda abaixo dos níveis de 2019.
Ou seja: a região terminou o ano de 2022 ainda sem se recuperar do impacto da crise gerada diante da pandemia da covid-19.
Segundo a OIT, a taxa de participação da força de trabalho em 2022 está 1,2 pontos percentuais abaixo do nível de 2019 - um declínio muito maior do que a taxa de emprego. "Devido a esta grande saída da força de trabalho, a taxa de desemprego foi de 7,0 por cento em 2022, em comparação com 8,0 por cento em 2019", afirma.
Para a região, a instituição projeta que as condições do mercado de trabalho se estabilizem: a taxa de desemprego e a taxa de emprego permanecerão aproximadamente ao mesmo nível que em 2022.
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