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Em Lisboa, Temer critica impeachment e diz que é "trauma institucional"
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O ex-presidente Michel Temer defendeu nesta sexta-feira, em Lisboa, uma reforma política no Brasil e admitiu que o impeachment é um "trauma institucional".
Temer destacou como o sistema usado em Portugal, de semipresidencialismo, garante uma estabilidade necessária e "tranquilidade" e também propõe para que seja estabelecido no Brasil. "Precisamos caminhar para uma reforma do sistema de governo", insistiu o ex-presidente em um discurso de abertura na conferência sobre a relação entre Brasil e Portugal, realizada pelo Lide.
O ex-presidente rejeitou que queira tumultuar o atual governo ao propor o semipresidencialismo. "Não é para dar golpe", disse o ex-presidente e arrancando risos dos participantes. Segundo ele, o projeto é para 2030 e que quem foi eleito ainda pode ser reeleito em 2026. "Quando falo disso, é sem intenção de derrubar nenhum governo", afirmou.
Segundo ele, em Portugal, "quando precisa mudar o governo, cai por perder maioria parlamentar e imediatamente se instala sem trauma novo governo".
Para Temer, o impeachment no Brasil "virou moda". "Eu passei por isso", afirmou, numa referência a sua posse depois da queda de Dilma Rousseff. Temer, porém, foi enfático: "Cheguei constitucionalmente pelo poder". Ainda assim, ele admitiu que o processo é "sempre um trauma".
Sua fala acontece dias depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticar Temer e chamar o impeachment de Dilma de golpe. Antes da conferência, em conversa com jornalistas, o ex-presidente perguntou sobre as recentes falas de Lula em entrevista nesta quinta-feira e questionou se o atual presidente tinha voltado a falar do impeachment.
O ex-presidente ainda fez alusões à Revolução dos Cravos, em Portugal nos anos 70, e apontou como o Brasil também deveria caminhar para trocar "rosas e lírios". Para ele, os "espinhos" devem ser deixados para trás.
Temer ainda alertou para a ausência de partidos no atual sistema. "Não temos partidos políticos no Brasil, com todo respeito", disse. Segundo ele, houve partidos na época do golpe de estado, com MDB e Arena. Em sua avaliação, o Brasil tem "siglas partidárias".
Falando instantes depois na mesma conferência, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, defendeu a ideia de uma reforma e destacou como dois impeachments foram realizados no país nos últimos anos. "O modelo presidencialista da sinais de exaustão e temos de refletir", disse.
A partir de pedidos apresentados pela Procuradoria-Geral da República (PGR), a Polícia Federal cumpre nesta sexta-feira (3), três mandados de busca e apreensão e de afastamento da função pública contra duas pessoas por envolvimento nos atos de 8 de janeiro, em Brasília.
*O jornalista Jamil Chade viajou a Lisboa a convite do Lide
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