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Suíços ajudarão a restaurar relógio histórico destruído por golpistas
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Especialistas suíços vão ajudar o governo brasileiro a restaurar o relógio histórico danificado em 8 de janeiro por grupos bolsonaristas. Os artesãos do país alpino vão trabalhar com curadores e profissionais brasileiros na recuperação do objeto do século 17 e que estava no Palácio do Planalto.
Em uma nota divulgada nesta quinta-feira, o governo brasileiro revelou que a oferta veio da embaixada da Suíça no Brasil. Os suíços acumulam séculos de experiência e tradição no setor da relojoaria, que representa um importante pilar da indústria do país europeu.
O UOL apurou que as conversas entre os suíços e o Ministério da Cultura começaram ainda no final do mês passado, por uma iniciativa do embaixador Pietro Lazzeri,
O relógio histórico Balthasar Martinot Boulle pertenceu a D. João VI, que recebeu a peça de presente da corte francesa e levou ao Brasil em 1808. Existem apenas dois exemplares do relógio. Um deles está no palácio de Versalhes, na França. Ou outro ficava exposto no Palácio do Planalto, em Brasília. No dia 8 de janeiro, quando as sedes do três poderes na capital foram invadidas, um dos itens destruídos foi o relógio.
Segundo nota divulgada pela embaixada da Suíça no Brasil, os graves acontecimentos "despertaram profunda emoção na Suíça, assim como uma forte solidariedade com as instituições e a democracia brasileira".
"A embaixada da Suíça em Brasília apresentou às autoridades brasileiras (Presidência da República, Ministério da Cultura e IPHAN) uma iniciativa de restauração do patrimônio histórico danificado, parte fundamental da identidade e da memória do país", afirmou.
De acordo com o governo europeu, um produtor suíço de relógios de "longa tradição e experiência" ofereceu o apoio de alguns dos maiores especialistas e artesãos para a restauração da peça.
Segundo o governo, os detalhes da cooperação ainda estão sendo definidos.
"Numa primeira avaliação, levando em conta os graves danos sofridos e as características e complexidade do relógio, será necessário o engajamento de um conjunto de especialistas", disseram os suíços.
Até o final do mês, especialistas suíços farão uma visita ao Brasil e, sob supervisão de curadores e especialistas brasileiros, avaliarão a dimensão do estrago. A visita ainda servirá para definir um cronograma para as diferentes etapas de restauração do relógio.
"A Suíça e o Brasil têm relações históricas de amizade e cooperação baseadas sobre valores comuns. A colaboração que decorre da nobre missão de proteger o patrimônio histórico e artístico é um elemento emblemático que reforçará ainda mais a amizade entre os nossos dois países", indicou a nota da embaixada da Suíça no Brasil.
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