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Antes de Lula, ONU já propôs congelar status da Crimeia sob controle russo
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A proposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugerindo que a Crimeia possa permanecer sob controle russo não é nova. De fato, uma versão similar já foi apresentada por mediadores da cúpula da ONU. E foi recusada.
Na quinta-feira, o brasileiro declarou que a região anexada pela Rússia, em 2014, poderia permanecer sob o controle de Moscou, como forma de encontrar um caminho para a paz. O governo ucraniano respondeu imediatamente, afirmando que não haveria qualquer razão legal para aceitar tal proposta.
De acordo com relatos internos na ONU, já houve um esforço nos bastidores para oferecer uma mediação que iria justamente neste sentido, o que não foi aceito nem em Kiev e nem em Moscou.
A base do projeto previa:
- Transformar a Ucrânia neutro, mas permitir que seja armado. Ou seja, Kiev poderia ter seu exército, mas sem formar parte da OTAN.
- A região de Donbass permaneceria na Ucrânia, mas um grau mais elevado de autonomia seria garantido.
- Um congelamento da crise na Crimeia, anexada por Moscou em 2014. Ou seja, não haveria um reconhecimento internacional de que a região passa a fazer parte da Rússia. Mas não haveria um questionamento sobre o fato de que, na prática, a região está controlada e administrada por Moscou.
Mas nada disso prosperou, frustrando os esforços nos bastidores por parte de Antonio Guterres, secretário-geral da entidade, por um entendimento.
Sem uma perspectiva de cessar-fogo, a análise interna na ONU é de que 2023 será um "ano dramático". A própria cúpula da entidade admite não haver espaço hoje para que ela atue como mediadora e toda a inteligência coletada aponta para um risco real de uma "guerra longa".
Os negociadores acreditavam que os russos poderiam ter lançado uma nova ofensiva terrestre sobre a Ucrânia desde janeiro. Mas optaram por esperar. Ao mesmo tempo, as fotos de satélites usadas pela ONU revelam que os russos montaram uma ampla proteção de seus territórios conquistados no sul, o que significa que a retomada por parte de Kiev dessas regiões não será fácil.
Nos bastidores, a entidade admite que tal cenário, se confirmado, terá um "impacto devastador para a economia global".
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