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Escritores e artistas lançam iniciativa inédita sobre a língua portuguesa
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Para marcar o Dia Mundial da Língua Portuguesa - 5 de maio - a Associação Portugal-Brasil 200 anos lança o projeto Cidadania da Língua, iniciativa que tem como objetivo fazer uma reflexão sobre o idioma e celebrar a língua portuguesa como um território de fato compartilhado pelos cidadãos dos países que a utilizam.
Para marcar a data, a Associação Portugal Brasil 200 anos, convidou personalidades para gravar um vídeo em que partilham a sua própria visão da cidadania da língua. Entre elas, estão Mia Couto, Ruy Castro, Afonso Borges e a escritora portuguesa Maria Inês Almeida.
No Brasil, o projeto será apresentado nesta sexta-feira. Os mais de 80 vídeos depois seguem para Portugal, onde o projeto se apresenta durante a Feira do Livro de Coimbra, no final de junho. Zeca Baleiro, em um dos vídeos, diz que a cidadania da língua é "algo civilizatório, onde as pessoas se irmanam mesmo em um plano utópico". "280 milhões de falantes no mundo. Viva nossa língua", comemora Tom Faria.
Sede em Coimbra
Os depoimentos, porém, são apenas uma introdução a uma etapa mais ambiciosa. A partir de outubro, o projeto Cidadania da Língua terá sua própria sede. Em Coimbra, será inaugurada a Casa da Cidadania da Língua, que terá a missão de "estudar, pensar, pesquisar as novas vizinhanças, as periferias que chegam ao centro, novos atos culturais, novas maneiras de entender o mundo".
O projeto é coordenado pela escritora brasileira Samantha Buglione e tem a cocuradoria do escritor também brasileiro André Augustus Dias e dos produtores culturais portugueses Carlos Moura Carvalho e José Manuel Diogo, presidente da Associação Portugal Brasil 200 anos.
Para Diogo, a língua portuguesa "é uma cidadania".
"O acordo de mobilidade da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), ao garantir autorização de residência em Portugal praticamente automática aos cidadãos dos países de língua portuguesa, é um instrumento revolucionário porque assenta na pertença a uma língua comum e não a uma geografia. Esta desmaterialização da cidadania é uma inovação civilizacional", defendeu.
"É provavelmente a única língua que até hoje, neste tempo de conectividade global, um dos países criou uma lei que faz com que falantes dessa língua possam viver noutro país", completou.
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