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Para frear Ocidente, Rússia defende América Latina em Conselho da ONU
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O governo da Rússia defende que o Conselho de Segurança da ONU passe por uma reforma e que um membro permanente venha da América Latina. Numa coletiva nesta sexta-feira, o chanceler russo, Sergey Lavrov, atacou as potências ocidentais e insistiu que a estrutura das Nações Unidas precisa ser modificada. "O tempo de domínio ocidental está acabando", declarou.
A expansão do Conselho de Segurança é um dos mantras da política externa do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que defende uma vaga para o Brasil. O argumento é de que a instituição, criada em 1945, já não representa a relação de poder no mundo.
A Rússia, que tem um desses assentos permanentes, insiste que a mudança deve ocorrer. Para Lavrov, há uma "mudança no cenário internacional" e tal transformação está sendo alvo de resistência por parte das potências Ocidentais.
Segundo o chanceler, a atual composição do Conselho de Segurança é "injusta". Além da Rússia, o órgão conta com EUA, França, Reino Unido e China com o poder de veto.
Além da América Latina, o chanceler russo defende a inclusão de um membro extra da Ásia e um país africano.
Para o Kremlin, qualquer iniciativa de americanos e europeus de incluir mais um membro ocidental não seria aceito. "Isso não terá sucesso", afirmou.
Na operação de lobby feito pelo Brasil desde os anos 90, o país tradicionalmente se aliou a um grupo formado por indianos, japoneses e alemães, para que também ganhem vagas permanentes no Conselho de Segurança.
Ainda que Lavrov não cite a candidatura brasileira, a esperança nos bastidores do Itamaraty é de que o país esteja numa posição de "natural liderança" para ser o nome defendido pelos russos.
Nas primeiras semanas da guerra, ainda em 2022, Lavrov deixou claro que seu apoio era ao Brasil. "Queremos representante da Ásia, África e América Latina", disse. "Índia, Brasil e um candidato africano", esclareceu, naquele momento.
Mas observadores alertam que a manobra do Kremlin não teria o mesmo objetivo da estratégia brasileira. Diplomatas na ONU temem que a expansão defendida pelos russos tenha como missão garantir um número maior de aliados no Conselho e, assim, frear qualquer tipo de pressão por parte de europeus e americanos.
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