Lula e líderes estrangeiros propõem acordo para eleição justa na Venezuela
Governos sul-americanos e europeus pedem que a oposição e o governo venezuelano fechem um acordo para a realização de eleições livres e justas em Caracas em 2024. O processo eleitoral seria acompanhado pelo fim das sanções contra o governo de Nicolás Maduro, desde que os venezuelanos aceitem um monitoramento internacional.
Trata-se de um primeiro passo para o fim do isolamento da Venezuela e que começou já a ser costurado com a reunião realizada na segunda-feira (17) em Bruxelas entre membros do governo Maduro, oposição e Luiz Inácio Lula da Silva, Emmanuel Macron (França), Gustavo Petro (Colômbia), Alberto Fernandes (Argentina) e Josep Borell, o chefe da diplomacia da União Europeia.
Também participaram do encontro Gerardo Blyde, principal negociador da oposição, e Delcy Rodriguez, vice-presidente da Venezuela.
Nesta terça-feira (18), numa declaração conjunta, Argentina, Brasil, Colômbia, França, Venezuela e o Alto Representante da União Europeia para Relações Exteriores e Política de Segurança pedem que:
- O governo venezuelano e a plataforma unitária da oposição venezuelana retomem o diálogo e a negociação no âmbito do processo do México. O objetivo é chegar a um acordo, entre outros pontos da agenda, sobre as condições para as próximas eleições.
- Ocorra uma negociação política que leve à organização de eleições justas para todos, transparentes e inclusivas, que permitam a participação de todos que desejem, de acordo com a lei e os tratados internacionais em vigor.
- O processo eleitoral tenha um acompanhamento internacional.
- O processo seja acompanhado de uma suspensão das sanções, de todos os tipos, com vistas à sua suspensão completa.
Para os presidentes, a cúpula desta semana entre a UE e América Latina é uma "oportunidade de trabalhar em conjunto em prol da resolução da situação venezuelana".
"Eles propuseram que os participantes da reunião continuem a dialogar, no marco das iniciativas estabelecidas, de forma a fazer um novo balanço no Fórum de Paz de Paris em 11 de novembro de 2023", completou a nota.
No texto, os presidentes ainda expressaram sua solidariedade com os países que acolhem cidadãos venezuelanos que deixaram seu país. "Eles saudaram a assinatura na Cidade do México de um acordo social inter-venezuelano, em 26 de novembro de 2022, e solicitaram sua implementação efetiva o mais rapidamente possível, em prol do povo venezuelano", disse.
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