Jamil Chade

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Ataque de Israel deixa 70 mortos em campo de refugiados, acusam palestinos

As autoridades palestinas acusam as forças de Israel de realizar um ataque cobra o campo de refugiados de Maghazi, no centro de Gaza, deixando pelo menos 70 mortos. Os ataques começaram antes da meia noite do dia 25 de dezembro. Pelo menos doze mulheres e crianças estão entre os mortos.

Maghazi é um dos locais de maior densidade populacional na região, depois que mais de 1,8 milhão de palestinos foram obrigados a abandonar suas casas diante da ofensiva de Israel. O local já havia sido alvo de um ataque no mês passando, deixando 30 mortos.

Além do campo de refugiados, outros ataques elevaram o total de mortos para 78 durante a noite.

No domingo, mais de 130 pessoas tinham ainda morrido e, desde o dia 7 de outubro, 20,8 mil palestinos perderam a vida no conflito.

Papa denuncia guerra em sua mensagem de Natal

Os ataques ocorreram poucas horas depois de o papa Francisco ter usado sua missa na Catedral de São Pedro, na noite do dia 24, para declarar sua solidariedade ao povo palestino.

"Esta noite, nossos corações estão em Belém, onde o Príncipe da Paz é mais uma vez rejeitado pela lógica fútil da guerra, pelo choque de armas que ainda hoje o impede de encontrar espaço no mundo", disse o papa.

Neste ano, na cidade palestina de Belém, as comemorações públicas do Natal foram canceladas e apenas uma vigília foi organizada.

No lugar de uma tradicional árvore de natal, Belém expôs uma enorme bandeira palestina, ao lado de uma faixa com um recado: "Os sinos de Belém tocam por um cessar-fogo em Gaza".

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Israel também da sinais de que pretende ignorar a resolução do Conselho de Segurança da ONU que, na sexta-feira, foi aprovada e determinou o aumento de ajuda humanitária para Gaza. Entretanto, os ataques apenas aumentaram desde então.

Para o porta-voz do Ministério da Saúde palestino, Ashraf al-Qidra, "o que está acontecendo no campo de Maghazi é um massacre que está sendo cometido em uma zona residencial lotada".

Do lado israelense, o exército apenas indicou que está ainda analisando a informações. Mas insiste que a ofensiva respeita o direito internacional. Para Israel, membros do Hamas usam áreas civis como escudos.

"Apesar dos desafios apresentados pelos terroristas do Hamas que operam em áreas civis em Gaza, as Forças de Defesa de Israel estão comprometidas com o direito internacional, incluindo a tomada de medidas viáveis para minimizar os danos aos civis", disse o Exército israelense.

Num comunicado, o Hamas qualificou o ataque como "um massacre horrível" e "um novo crime de guerra". A nova fase do conflito na região eclodiu depois que o Hamas atacou Israel, deixando mais de 1,2 mil mortos em 7 de outubro.

Pressão sobre Israel

Apesar de ter anunciado em diferentes ocasiões que estava sob o controle de diferentes áreas de Gaza, o Exército de Israel viveu dias difíceis. Dez de seus soldados foram mortos ontem, e outros cinco no dia 23.

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Para o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, a "guerra está nos cobrando um custo muito alto. No entanto, não temos escolha a não ser continuar a lutar." Ele ainda prometeu "vitória total" contra o Hamas.

O governo americano tem alertando Israel sobre o impacto de suas operações militares e, segundo a Casa Branca, existe uma pressão para que o número de mortos entre civis seja reduzido.

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