Jamil Chade

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Chile adere à denúncia em Haia contra Israel por genocídio

O governo chileno de Gabriel Boric anunciou que vai se juntar aos sul-africanos na denúncia contra Israel por "genocídio". Num discurso na noite do sábado ao Congresso chileno, o presidente revelou que irá formalmente se unir à queixa na Corte Internacional de Justiça.

O gesto amplia a pressão sobre o Israel, cada vez mais isolado diante dos sinais de crimes cometidos em sua ofensiva em Gaza.

Para Boric, os palestinos vivem uma "situação humanitária catastrófica" e que exige uma resposta firme por parte da comunidade internacional.

"O Chile se tornará parte e apoiará o caso que a África do Sul apresentou contra Israel perante a Corte Internacional de Justiça em Haia", disse Boric. "Decidi que o Chile se juntará e apoiará o caso apresentado pela África do Sul contra Israel perante a Corte Internacional de Justiça em Haia, no âmbito da Convenção de Genocídio da ONU", disse Boric. Segundo ele, seu governo ordenou "às equipes do Ministério das Relações Exteriores que preparassem um relatório com nossos argumentos sobre o assunto".

Após os sul-africanos terem tomado a decisão de lançar a denúncia, os juízes da corte anunciaram em duas ocasiões o estabelecimento de medidas emergenciais contra Israel. Num primeiro momento, foi solicitado que Israel tomasse todas as ações possíveis para que um genocídio seja evitado.

No final de maio, a mesma corte o "fim imediato" de toda a ofensiva de Israel contra Rafah, no sul de Gaza. Nas 48 horas seguintes ao anúncio da decisão, o governo de Benjamin Netanyahu lançou uma operação que fez mais de 200 mortos, inclusive num campo de refugiados.

No caso chileno, o anúncio marca a entrada formal no caso do primeiro país sul-americano na queixa. No caso brasileiro, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva afirmou apoiar o pleito sul-africano. Mas não aderiu de maneira oficial ao caso.

"Nunca deixaremos de nos indignar com as ações indiscriminadas e totalmente desproporcionais contra civis inocentes, especialmente mulheres e crianças palestinas", disse Boric. "Já há mais de 35.000 mortos, uma situação humanitária catastrófica e a infraestrutura em Gaza foi praticamente arrasada", disse.

"O Chile nunca abandonará sua vocação de diálogo e entendimento para garantir uma ordem global estável e pacífica", disse ele, condenando o ataque do Hamas e exigindo a libertação dos reféns que ainda estão detidos.

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"Levantamos nossas vozes para condenar a violência criminosa, o terrorismo, o genocídio e a agressão em todos os cantos do mundo", afirmou.

"A luta contra o crime e a defesa da vida e dos direitos humanos não têm cor ou nacionalidade política", disse ele, lembrando sua denúncia de violações dos direitos humanos na Nicarágua, Venezuela, a 'inaceitável guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia' e também a situação crítica na Faixa de Gaza", completou.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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