Biden admite que Serviço Secreto precisa de mais ajuda após novo atentado

O presidente Joe Biden admitiu, nesta segunda-feira (16), que o Serviço Secreto americano precisa de mais ajuda, após uma nova tentativa de assassinato de Donald Trump. No final de semana, o FBI confirmou que as investigações apontam para o que "parece ser" uma segunda tentativa de matar o candidato republicano em apenas dois meses.
"Tem algo que eu preciso ser claro: o Serviço Secreto precisa de mais ajuda para que possam fazer seu trabalho", disse. Para Biden, o Congresso americano deveria dar respostas a essas necessidades, numa sinalização de um apelo por mais recursos.
Questionado sobre como seria esse incremento e qual seria a ajuda, Biden foi evasivo, mas indicou que poderia ser uma questão de falta de agentes.
Suspeito ficou na área do campo de golfe por 12 horas
De acordo com as investigações, o suspeito permaneceu na região onde Trump jogadoria golfe por cerca de doze horas. A partir do rastreamento de seu celular, ele chegou ao local à 1h59 da madrugada (horário local) e apenas deixou o campo quando foi confrontado, às 13h31.
Foi apenas 45 minutos depois da intervenção dos agentes que seu carro seria parado e o suspeito preso.
A 50 dias da votação, os tiros e a prisão do fim de semana confirmaram o que analistas já chamam de o processo eleitoral mais conturbado em décadas. Mas as falhas na segurança de Trump, principalmente diante do primeiro incidente, colocaram o Serviço Secreto sob forte pressão e críticas.
Kamala Harris, candidata à presidência pelo partido democrata, também insistiu que a "violência não tem lugar nos EUA".
No domingo, por volta das 13h30 (horário local), Trump estava em um campo de golfe, entre os buracos 5 e 6. Enquanto isso, os agentes do Serviço Secreto já estavam nas próximas etapas do campo. Foi nesse momento que eles identificaram o cano de uma arma, escondida nos arbustos.
Um tiro partiu de um agente de segurança, ao avaliar que se tratava de uma ameaça na direção do campo de golfe. O suspeito, Ryan Routh, estava perto da grade do campo, do lado de fora.
Segundo o Serviço Secreto, o rifle teria a capacidade de atingir Trump, que estava a cerca de 450 metros do local em que se encontrava o atirador. A arma tinha uma mira.
O suspeito, então, fugiu, largou a arma e entrou num carro. Uma testemunha notou a movimentação no arbusto, tirou uma foto do veículo e chamou a polícia. Instantes depois, o carro foi parado numa das estradas da região e o suspeito foi preso.
Câmera encontrada com a arma
Trump, então, foi levado de forma emergencial, em um carrinho de golfe, de volta à sede do clube e colocado em um local seguro. Nos arbustos, a polícia encontrou duas sacolas e uma câmera, sinalizando que o suspeito pode ter tido a intenção de filmar o ataque com uma GoPro.
A ação foi realizada pelo Serviço Secreto dos EUA, que foi duramente criticado por suas falhas depois do atentado contra o republicano há dois meses, quando ele foi alvo de tiros em um comício na Pensilvânia.
Desde então, a operação de segurança do candidato foi incrementada de forma importante. Ainda assim, a presença de Trump no local era mantida em sigilo, o que sugere que a tentativa de assassinato não partiu de um ato isolado ou amador.
Quem é o suspeito
Detido, o americano Ryan Wesley Routh, 58, atacava Trump nas redes sociais, além de fazer comentários frequentes sobre política internacional e guerras pelo mundo.
Routh ainda comparou Trump ao regime na Venezuela. "Nós nos espelhamos nos eventos devastadores [da Venezuela] com nossa própria catástrofe em 6 de janeiro, perpetrada por Donald Trump e seu grupo antidemocrático", escreveu.
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