Jamil Chade

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Reportagem

Ativistas protestam contra reunião de petroleiras e Opep no Rio

Ambientalistas vão organizar um protesto contra as maiores petroleiras do mundo que, nesta semana, se reúnem no Rio de Janeiro. Para os ativistas, enquanto uma parcela do governo brasileiro tenta convencer interlocutores internacionais de seu compromisso com o meio ambiente, em reuniões em Nova York, executivos de petroleiras e a direção da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) desembarcam no país para promover os combustíveis fósseis.

Nesta segunda-feira (23) o Rio receberá CEOs e representantes de grandes petroleiras, como Petrobras, Shell, BP, Exxon e Total. O evento é promovido pelo Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), ao mesmo tempo em que a cidade de Nova York recebe a Semana do Clima.

Segundo os ativistas do Observatório do Clima, o evento tem patrocínio do governo federal e da Petrobras e são esperados mais de 70 mil visitantes para promover a exploração de fósseis.

Em protesto ao evento, organizações da sociedade civil vão promover um ato contra a exploração de combustíveis fósseis - principais responsáveis pelas mudanças climáticas - no Boulevard Olímpico do Rio de Janeiro, a partir de 9h.

"Esse é mais um sinal dúbio que o Brasil dá para o mundo. Enquanto uma parte do governo brasileiro está em Nova York, com foco em discutir soluções para enfrentar a crise climática, outra está aqui recebendo o secretário-geral da Opep e executivos da indústria do petróleo, ignorando as queimadas, ondas de calor e outros eventos extremos cada vez mais frequentes ao redor do mundo", afirma Tica Minami, coordenadora de projetos do ClimaInfo.

Os ativistas vão distribuir cartazes em diversos bairros do Rio de Janeiro e tenta expor a responsabilidade das grandes corporações de petróleo pela atual emergência climática.

"A presença das petroleiras levanta questões cruciais sobre a transição para um futuro sustentável", dizem os manifestantes.

Para eles, trata-se de um "Saldão do Fim do Mundo", perpetuando práticas que ameaçam a vida no planeta".

"As mudanças climáticas estão gerando consequências severas, e as petroleiras parecem alheias a isso. Na COP28, em Dubai, os países signatários do Acordo de Paris concordaram com a transição energética e se comprometeram a triplicar os investimentos em energias renováveis", insistem.

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"A realidade é que as petroleiras continuam a promover a exploração de combustíveis fósseis, na contramão do que diz a ciência", alerta Minami. Para os ativistas, a situação se agrava com a insistência da Petrobras em explorar petróleo e gás na Amazônia.

Reportagem

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