Jamil Chade

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Reportagem

Bannon sai da prisão, diz que eleição foi roubada e sugere caos em apuração

Steve Bannon, ex-estrategista de Donald Trump, sai da prisão e coloca fogo no debate eleitoral, disseminando mentiras e alegando que a vitória de Joe Biden foi "roubada" em 2020. Bannon, considerado como mentor da extrema direita mundial, estava preso por não cumprir ordens judiciais sobre os ataques de 6 de janeiro de 2021 contra o Capitólio.

Ao sair da prisão, nesta terça-feira, sete dias antes do voto, Bannon eclodiu com sua tradicional proliferação de desinformação, ampliando a tensão e alertando, sem provas, de que os democratas estariam agindo para impedir a vitória de Trump.

Numa coletiva de imprensa, o discurso do estrategista sugeriu que o republicano pode causar um caos no processo. Sua recomendação é de que o candidato, ainda durante a contagem dos votos, "saia e fale com seus eleitores". O temor dos democratas é de que o republicano se declare como vencedor, em plena noite e sem que os votos totais tenham sido contabilizados.

Bannon deixou claro que vai agir. "Trump deve informar o que está ocorrendo e não deixar as pessoas no escuro. E dizer onde estão os votos. Não estamos dispostos a ver uma repetição de 2020", disse o estrategista, numa suposta referência de que os democratas teriam manipulado o voto. Isso não ocorreu e a eleição foi devidamente validada.

Bannon se recusou a aceitar o resultado. "A eleição de 2020 foi roubada. Quero que a vontade do povo esteja protegida", disse.

Se apresentando como "um prisioneiro político", Bannon ainda chamou o governo de Joe Biden de "regime" e, de maneira vulgar, mandou as autoridades que o prenderam a "chupar".

A coletiva de imprensa teve de ser interrompida quando uma pessoa se levantou para fazer uma pergunta e questionou "quando seria a próxima insurreição", numa alusão ao papel de Bannon na invasão do Capitólio. Ele foi retirado do local.

Bannon ainda abriu espaço para sugerir uma potencial crise, indicando que alguns estados poderiam levar dias para contar os votos. "Isso não quer dizer que Trump não possa sair e explicar", disse o estrategista, que afirmou que a prisão não o "quebrou". "Estou ainda mais forte", disse.

Sem provas, Bannon ainda indicou que é a contratação de advogados por parte dos democratas que indicaria que existe uma tentativa de fraudar a eleição. "Por qual motivo eles contratariam advogados?", questionou.

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"Vão tentar deslegitimar a vitória de Trump"

Insistindo em teses conspiratórias e invertendo os papéis, Bannon apontou que são os republicanos quem lutam pela democracia.

"Os Democratas não vão desistir. Eles entende que não podem vencer. Por isso contratam advogados. Não queremos uma reprise de 2020. Vão tentar anular a eleição e deslegitimar a vitória de Trump", disse, sem qualquer prova.

Para ele, o "sistema" no poder não quer permitir que a suposta de vitória de Trump seja chancelada. Mas Bannon alertou, depois de sair da prisão, que "os americanos não deixaram" que isso ocorra.

O estrategista ainda acusou Kamala Harris de usar uma retórica "perigosa" ao chamar Trump de fascista. Ainda que as pesquisas indiquem um empate, Bannon insiste que a vitória de Trump "está nas mãos".

Houve tempo ainda para o estrategista reconhecer que a piada feita durante o comício de Trump de que Porto Rico seria uma "ilha de lixo" foi "inadequada". Mas insistiu em elogiar os latinos e apontou que as políticas econômicas do republicano favoreceram os imigrantes.

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Num momento chave da eleição, o estrategista está de volta e, com ele, uma onda ainda mais intensa de desinformação.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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