Jamil Chade

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Reportagem

Brasil prepara ajuda aos cubanos diante de apagão

O chanceler Mauro Vieira negocia com o governo cubano uma ajuda do Brasil para o abastecimento de combustível, diante da crise energética na ilha que deixou Cuba em um apagão nos últimos dias.

Nesta segunda-feira, em Nova York, o ministro brasileiro esteve com o chefe da diplomacia cubana, Bruno Rodriguez Parrill, para tratar do assunto. A ideia é a de coordenar o envio de combustível. Vieira retorna ao Brasil na quarta-feira e pretende já coordenar a ação, com o envolvimento de outros ministérios.

O chanceler ainda usou um debate na ONU, nesta terça-feira, para fazer um apelo para que o governo norte-americano encerre as sanções contra Cuba.

"O Brasil sustenta firmemente que as únicas sanções legítimas no âmbito do direito internacional são aquelas adotadas pelo Conselho de Segurança, nos termos do Capítulo VII da Carta das Nações Unidas", disse Vieira, na Assembleia Geral da ONU.

"O Brasil reitera sua firme, categórica e constante oposição ao embargo económico, comercial e financeiro imposto contra Cuba", disse.

Segundo ele, o embargo tem causado "sofrimento incalculável" ao povo cubano, tem impedido o desenvolvimento sustentável de Cuba e, como em muitos outros casos semelhantes, tem afetado principalmente os mais vulneráveis.

"A persistência da medida afecta diretamente o exercício dos direitos humanos do povo cubano, limitando o acesso a bens essenciais, como medicamentos e tecnologias indispensáveis ao desenvolvimento", apontou.

Para ele, a rejeição do embargo económico contra Cuba é praticamente um consenso internacional.

Vieira ainda destacou que o Brasil acompanha com "grande preocupação a atual situação de emergência energética em Cuba, agravada pelo embargo e pela recente passagem do furacão Oscar, que causou perdas humanas e destruição significativa na região leste de Cuba".

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"Manifesto a plena solidariedade do Brasil ao povo e ao governo cubanos nestes momentos difíceis, e nossas sinceras condolências às famílias das vítimas", disse.

Para ajudar a mitigar essa situação, ele indicou que o governo brasileiro "acionou medidas de cooperação e assistência, buscando soluções para o fornecimento de combustível e alimentos à população cubana por meio de diversos canais".

Desde setembro, o Brasil forneceu 20 mil toneladas de arroz e 3.116 toneladas de leite em pó, distribuídos à população cubana para ajudar a suprir suas necessidades alimentares básicas.

"É evidente que as severas sanções injustificadamente impostas a Cuba, tanto pelo embargo como pela sua inclusão na lista de "Estados patrocinadores do terrorismo", vieram agravar ainda mais esta situação", disse. "Estas medidas, que já penalizam injustamente o povo cubano, impedem agora uma resposta adequada à crise humanitária gerada pelo furacão", insistiu.

"Por todas estas razões, instamos os Estados Unidos a reconsiderar a sua política em relação a Cuba: levantar as sanções, retirar Cuba da lista de Estados patrocinadores do terrorismo e promover um diálogo construtivo baseado no respeito mútuo e na não ingerência", completou.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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